A idéia de montar um trabalho que unisse literatura e música nasceu a partir da ilustração de um realejo presente na capa de um dos livros da escritora. “Estávamos encantados com sua obra e decidimos dar voz aos seus textos e aos de outros autores, utilizando uma variação do objeto, que lembra uma caixa de música, como componente cênico”, conta Neto Medeiros, um dos integrantes da companhia.
Como nos antigos realejos, nos quais um periquito escolhia um papel cuja mensagem era lida pelo público, o projeto utiliza um boneco, manipulado por atores, que sorteia poesias e trechos de contos inseridos nos pequenos compartimentos de um tabuleiro de madeira preso ao corpo dos artistas. “São trabalhos de Cecília Meireles acompanhados por três temas musicais de nossa autoria, lembrando o som de um realejo, porém executado em acordeão”, explica Medeiros. Entre os livros apresentados estão trechos do infantil Ou isto ou aquilo, um dos clássicos da poesia brasileira, e de Escolha o seu sonho, que reúne crônicas e contos conhecidos da autora.
O poetinha, como é chamado o boneco confeccionado em madeira, espuma e tecido, é manipulado segundo as técnicas do teatro de animação. “Entendemos que esse tipo de encenação engloba várias formas de expressão, possibilitando ao público o refinamento do olhar e o enriquecimento da imaginação”, completa Medeiros.
|Serviço: Biblioteca Pública Anne Frank. Zona Oeste. Dia 10, 13h. Grátis
Realejo Poético
Realejo Poético