Xilogravura mostra a cara do povo de Santo Amaro

Exposição permanente Visagens: visões comuns, visões sublimes traz 20 retratos com dimensão de 50x40 centímetros, com abertura marcada para dia 8

Um espaço de auto-reconhecimento. Desde agosto do ano passado, quando se tornou temática em cultura popular, a Biblioteca Pública Belmonte estabeleceu uma relação de identidade com os cidadãos que circulam pela região de Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo. Essa interação agora se materializa na forma de rostos anônimos gravados em painéis por meio da xilogravura, técnica de reprodução de imagens que consiste, basicamente, no entalhe de um desenho na madeira, que depois é pintado e transferido para o suporte desejado. Com abertura marcada para dia 8, às 11h, a exposição permanente Visagens: visões comuns, visões sublimes traz 20 retratos com dimensão de 50x40 centímetros.  Na ocasião, o repentista César Obeid e os emboladores Pepino e Verde Lins se apresentam na biblioteca.

Foi em busca da essência dos cidadãos comuns que o artista plástico Ernesto Bonato, que trabalha com xilogravura desde 1989, percorreu o bairro há nove meses. No percurso, ele abordava as pessoas na rua e conversava sobre a possibilidade de serem retratadas. “Logo que começava a desenhar, eu atraía a atenção dos transeuntes que davam opiniões sobre o trabalho. Acabamos reproduzindo a situação do artista de rua”, explica Bonato. Nessas “jornadas”, ele, que já tem um histórico de projetos realizados em comunidades como a Vila da Barca, uma região de casas de palafita em Belém do Pará, descobriu um pouco mais sobre aquelas pessoas que desenhava. “Ernesto foi escolhido pela consistência de sua trajetória artística e pela técnica da xilogravura, que está diretamente associada à proposta da biblioteca”, explica Valdirene Gomes, coordenadora da área temática de cultura popular da Belmonte.

A experiência e o processo de criação do painel serão comentados por Bonato, dia 11, às 9h30. Para os que querem aprender noções de xilogravura, o artista Valter Eduardo ministra oficinas de 11 a 13, às 14h. Introduzida no Brasil pelos portugueses, a técnica encontrou na literatura de cordel a sua autêntica expressão brasileira a partir da década de 1930.

|Serviço: Biblioteca Pública Belmonte. Zona Sul. Exposição: Abertura: dia 8, 11h. 2ª a 6ª, das 8h às 17h. Sáb., das 9h às 16h. Encontro com Ernesto Bonato. Dia 11, 9h30. Oficina com Walter Eduardo. De 11 a 13, 14h. Grátis