Municipal apresenta duas óperas inéditas de um ato

Amelia al ballo, de Gian Carlo Menotti, e Le Villi, de Giacomo Puccini, serão apresentadas no mesmo programa, de 12 a 18, no Theatro Municipal

Duas óperas de um ato, Amelia al ballo, de Gian Carlo Menotti, e Le Villi, de Giacomo Puccini, serão apresentadas no mesmo programa, de 12 a 18, pela Orquestra Experimental de Repertório no Theatro Municipal de São Paulo. As duas obras são montadas na casa pela primeira vez.

“Desde que fundei, em 1990, a OER, procurei oferecer ao público obras que fugissem do repertório operístico tradicional. Apesar dos dois títulos marcarem o início da carreira de seus compositores, já demonstram sua maturidade musical e o domínio que tinham da escrita orquestral”, afirma Jamil Maluf, maestro titular do conjunto.

Amelia al ballo é uma ópera cômica que narra o desejo obsessivo da personagem central de ir a um baile, mesmo contrariando o marido, o amante e outras pessoas que a cercam. “Nessa história, que se desenrola no início do século passado durante a Belle Époque, procurei ressaltar o caráter frívolo e dissimulado dessa moça rica, que dispõe igualmente de objetos e de pessoas, descartando-os conforme sua vontade”, conta Lívia Sabag, responsável pela direção cênica. Já o regente Juliano Susuki diz que procurou transmitir à orquestra a leveza, a agilidade e os efeitos sonoros que Menotti, como em uma trilha sonora de cinema, pede em sua partitura. A soprano Cláudia Riccitelli vive Amélia, o barítono Leonardo Neiva, seu marido, e o tenor Martin Mühle, o amante.

Contrapondo-se à primeira, a segunda ópera do programa, Le Villi, com regência do próprio maestro Jamil Maluf, narra a triste história de Ana, abandonada pelo homem que amava em plena festa de noivado. As “villis” do título são fantasmas de mulheres abandonadas que voltam para se vingar daqueles que as fizeram sofrer. O diretor cênico João Malatian procurou realizar um trabalho menos romântico e mais contemporâneo. “Como se trata de uma ópera-balé, procurei reforçar esse caráter híbrido, fazendo com que os cantores dialoguem coreograficamente com os 21 bailarinos do Corpo de Baile Jovem que participam da montagem”, diz ele.

"Dei também uma versão mais psicológica, transformando o narrador em um médico psiquiatra que conta ao público o caso da protagonista”, completa. A soprano Mirna Rubin interpreta Ana, o tenor Eric Herrero, o noivo traidor, e o barítono Douglas Hann, o pai da noiva. As duas obras têm participação do Coral Lírico.

|Serviço: Theatro Municipal de São Paulo. Centro. Dia 12, 17h. Dias 16 e 18, 20h30. R$ 20 a R$ 40. Dia 14, 20h30.
R$ 10 a R$ 20