Sala Olido recebe orquestra brasileira de tango

A Orquestra Brasileira de Tango De Puro Guaposque se apresenta dia 18, às 19h, na Sala Olido

Uma pessoa corajosa, de fibra, que enfrenta as adversidades destemidamente. Esse é o significado da expressão argentina que também dá nome à Orquestra Brasileira de Tango De Puro Guapos. “A idéia surgiu porque, para tocar tango experimental no Brasil, sem cantor e sem dança, é preciso ter muita coragem”, explica Martin Mirol, bandonionista do grupo que se apresenta dia 18, às 19h, na Sala Olido.

Inaugurando o projeto Sábado na Olido, que a partir dessa data recebe bandas de música popular, a De Puro Guapos, formada por seis músicos brasileiros e dois argentinos, traz uma seleção de tangos e milongas tradicionais, de 1910 a 1960, da autoria de compositores como Alfredo Lepera, Astor Piazzolla e Eduardo Arolas. “Interpretamos músicas não tão conhecidas, dando destaque aos arranjos e à instrumentação, mas sempre respeitando a sonoridade e o estilo de cada época do gênero”, explica Mirol.

Para chegar ao atual repertório, o grupo, formado em 1999, realizou pesquisas, incluindo visitas à Argentina para assistir a concertos, fazer entrevistas e obter materiais como partituras, discos e livros. O resultado é uma orquestra típica de tango, brasileira, que se apresenta por todo o país, além de ter representado o Brasil, em 2005, no Festival Internacional de Tango de Justo Daract, na Argentina.

Com um CD lançado de gravações ao vivo e preparando o segundo trabalho para o fim do ano, com obras de grandes compositores da década de 1940 como Aníbal Troilo e Horacio Salgán, a De Puro Guapos procura, em seus shows, situar o público na trajetória do tango. “Em nossas apresentações, além de interpretarmos, explicamos o contexto em que as músicas foram compostas. Isso faz com que as pessoas consigam entender mais nosso trabalho”, conta o instrumentista.

Surgido no final do século 19, de uma mistura de vários ritmos provenientes dos subúrbios de Buenos Aires, o tango passou por um processo de declínio, mas, segundo Mirol, desde os anos 90 vive uma retomada tanto na Argentina quanto no Brasil. “A história é cíclica e estamos em um momento em que o gênero tem cada vez mais admiradores”, explica.

|Serviço: Galeria Olido – Sala Olido. Centro. Dia 18, 19h. Grátis