Encenada dia 4, Sete e a mesa mistura movimentos de capoeira e dança contemporânea. Dentro dessa linha, a apresentação materializa conflitos, disputas e entendimentos, derivados da relação de sete pessoas em volta do objeto-síntese: a mesa.

Cláudia de Souza, responsável pela concepção dos três espetáculos, conta que esse trabalho surgiu por acaso. “Realizávamos nossos ensaios em uma sala ocupada por uma mesa grande que atrapalhava nossa movimentação. Apesar do incômodo, utilizávamos o móvel o tempo todo, e decidimos incorporá-lo à coreografia”.

Entre os trabalhos mais recentes do grupo está Q, cuja apresentação acontece dia 5. O espetáculo nasceu de uma pesquisa sobre o calor e os problemas ambientais que o aquecimento global acarreta. Durante a encenação, os bailarinos fazem uma reflexão sobre o calor, sua influência no comportamento do homem e a relação com o meio em que vive. “É um trabalho sensorial em que o espectador percebe o aquecimento através da movimentação e da respiração”, afirma Cláudia. Uma das curiosidades de Q é a presença de três tinas de água sobre o palco. Segundo a coreógrafa, esse elemento é utilizado cenicamente para transformar os movimentos, já que o calor é uma troca e não uma movimentação.

Encerrando a programação, dias 6 e 7, a companhia interpreta Pares. O espetáculo investiga as relações vividas por casais que freqüentam salões de baile, enquanto dançam ao som de gêneros como xote, samba de gafieira e baião. “Não exploramos personagens com suas histórias pessoais, mas sim seus aspectos emocionais”, explica a criadora. De 2 a 7, Cláudia ministra oficina sobre a criação dessas coreografias.

|Serviço: Galeria Olido – Sala Paissandu. Centro. Sete e a mesa. Dia 4, 20h. Q. Dia 5, 20h. Pares. Dia 6, 20h. Dia 7, 19h. De 2 a 7 ocorre também uma oficina. Grátis