Texto de Mário Viana ganha montagem no CCSP

O cenário é tipicamente familiar, os envolvidos na história são o pai, a mãe e os filhos, e os diálogos fazem parte do cotidiano do brasileiro

Essas são as principais referências do espetáculo Vestir o pai, texto de Mário Viana que trata de forma bem-humorada de morte, frustrações, ambições, relacionamentos e do lado “pequeno” que se esconde em cada um de nós. Encenada pelo grupo paulistano Pequeno Teatro das Inquietações, com direção de Ângela Barros, a peça entra em cartaz dia 4, na sala Paulo Emílio Salles Gomes do Centro Cultural São Paulo.

Vencedor do prêmio Carlos Carvalho, em Porto Alegre (RS), o texto ganhou, em 2003, direção de Paulo Autran. Na mesma época, foi encenado no Uruguai e já tinha sido lido pelo próprio autor em cidades como Roma e Florença, na Itália. “Foi interessante constatar que, nos países em que o espetáculo foi levado, houve uma imediata identificação do público em relação às situações cotidianas vividas pelos personagens”, conta Viana.

A história tem como ponto de partida a provável morte do pai que se encontra agonizante. As discussões giram em torno do futuro de cada integrante da família. A mãe Alzira (Valéria Lauand) é a responsável pela ordem da casa e é quem diz uma das frases mais emblemáticas do espetáculo: “Eu cuidei dele até o fim. Vê se alguma das amantes veio ajudar a limpar o coitado!”. Segundo o autor, a personagem é a própria rainha do lar. “Exercendo poder sobre as outras pessoas”, afirma.

Já a filha Regina (Tatiana Pacor) tenta ser uma equilibrada mulher de negócios, mas no fundo é extremamente carente. Ela mantém uma relação com um amante e sonha viajar com ele para a Europa. A discussão em família se completa com a presença do filho Júnior (Roberto Mello), que, como o pai, é um homem fracassado. “O meu objetivo é sempre buscar o lado comum das pessoas, fazendo com que o público se coloque na história e se identifique com acontecimentos pelos quais já passou”, revela Viana.

Serviço: Centro Cultural São Paulo – Sala Paulo Emílio Salles Gomes. Rua Vergueiro, 1000 - Centro. De 4/7 a 17/8. 6ª e sáb., 21h. Dom., 20h. R$ 15. Dia 11/7, preço popular: R$ 2