Ópera de Bartók é encenada no Municipal

Inspirada livremente no conto infantil de Charles Perrault, a única ópera composta pelo húngaro Béla Bartók, O castelo do Barba-Azul, será apresentada no Theatro Municipal, de 11 a 17

O espetáculo, com direção cênica de Felipe Hirsch e cenários e figurinos de Daniela Thomas, foi um dos grandes sucessos da temporada de 2006 do Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG). Por meio da política de intercâmbio de produções operísticas realizada pelo Municipal paulistano, a montagem chega a São Paulo.
Protagonizada pelos mesmos solistas da versão original mineira, Céline Imbert (meio-soprano) e Stephen Bronk (baixo-barítono), esta encenação tem como diferencial a parte instrumental e a direção musical, a cargo da Orquestra Sinfônica Municipal, sob a regência do maestro Rodrigo de Carvalho.
Composta em 1911, a ópera tem o também húngaro Béla Balázs como libretista. Para escrever o enredo, ele não se baseou no conto original de Perrault, segundo o qual uma jovem descobre, ao abrir uma porta proibida no castelo em que vive, que o duque com quem se casou tinha matado suas ex-mulheres. Na visão de Balázs, mais próxima do argumento que o poeta belga Maurice Maeterlinck fez para a ópera Ariane e o Barba-Azul, de Paul Dukas, as sete portas constituem diferentes aspectos da personalidade ambivalente do marido.
Essa mesma linha psicológica foi adotada pelo diretor cênico. Segundo ele, o castelo personificaria o próprio duque. “A abertura das portas pela mulher lhe revelariam o verdadeiro homem com quem se casou, cruel e desejoso de poder, em conflito com o amor que sentiu por suas ex-mulheres”, diz. Também Bartók seguiu essa linha analítica ao criar uma música diferente para cada uma das portas, mostrando as sensações pelas quais a protagonista passa ao longo da trama.

|Serviço: Theatro Municipal de São Paulo. Centro. Dia 11, 17h. Dias 13, 15 e 17, 20h30. R$ 20 a R$ 40. Dia 13, R$ 10 a R$ 20