Prefeitura abre consulta pública para novas esculturas de personalidades negras

Após a inauguração de cinco novas homenagens, a Secretaria Municipal de Cultura anuncia que mais cinco personalidades serão escolhidas pela população

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, anuncia a consulta pública para homenagear mais cinco personalidades negras com novas esculturas permanentes na cidade. Os munícipes podem votar entre três nomes por meio da plataforma Participe+, até o dia 25 de novembro. A ação faz parte das celebrações do Dia da Consciência Negra 2023.

A ação tem como intuito homenagear personagens históricos da cultura brasileira, diante da constatação de que, das 390 obras no acervo de obras públicas da cidade, apenas dez retratam ou fazem menção à personalidades negras. Entre 2021 e 2022, a SMC inaugurou já cinco novas estátuas: o atleta olímpico Adhemar Ferreira da Silva, primeiro atleta sul-americano bicampeão olímpico em eventos individuais, a escritora Carolina Maria de Jesus, um dos principais nomes da literatura brasileira, a sambista e pioneira do carnaval paulistano Deolinda Madre (Madrinha Eunice), além do baluarte do samba paulista Geraldo Filme e o ícone e vanguardista da música Itamar Assumpção.

“Ao incluir no patrimônio da cidade estátuas de personalidades negras, o objetivo não é só homenagear essas pessoas que tiveram grande relevância para a construção da cidade e do fortalecimento da comunidade negra, mas também contar outra versão da história”, afirma a secretária de cultura Aline Torres. “Precisamos, para entendermos o futuro, honrar o nosso passado.”

Para esta consulta pública, a Prefeitura sugere 14 nomes para escolha: a Ialorixá Mãe Sylvia de Oxalá; a cantora Elza Soares; Ruth de Souza, primeira atriz negra a atuar no Theatro Municipal; Laudelina de Campos Melo, pioneira na luta por direitos de trabalhadores domésticos no Brasil; Dandara e Tereza de Benguela, símbolos de resistência contra o regime escravagista no Brasil; a médica pioneira Iracema de Almeida; a filósofa e militante Lélia Gonzalez; Irmãos Rebouças, os primeiros negros a cursar uma universidade e os dois maiores engenheiros do Brasil no século XIX; e o dramaturgo Abdias Nascimento, indicado ao Prêmio Nobel da Paz de 2010; o geógrafo Milton Santos; os atores Grande Otelo e Mussum; e Chaguinhas, cabo condenado à morte e que inspirou o nome de Liberdade ao bairro.