Grupo Dyroá Bayá traz brincadeiras infantis populares de origem indígena para a Casa de Cultura Itaim Paulista

Brincadeiras como Peteca e a Corrida do Saci acontecerão dia 30/08

 Na Casa de Cultura Itaim Paulista, dia 30, o grupo Dyroá Bayá, com o artista indígena educador Anderson Kary Báya, apresenta brincadeiras de origem indígena para o público. Peteca, Reloginho, Corrida do Saci, A Onça e as Cotias (Cada Coelho em sua Toca) e o Gavião e os Passarinhos são algumas dessas brincadeiras populares do Brasil, mas sua origem é muitas vezes desconhecida. “Eu percebi quando estava apresentando as atividades como a Peteca, que ao perguntar sobre qual era sua origem ninguém sabia”, conta Anderson. “Daí que surgiu essa proposta de fazer as Brincadeiras Populares De Origem Indígena.”

As atividades foram pensadas para o público infantil e contém elementos da natureza, histórias e seres da floresta. “A parte que mais me toca é quando as crianças começam a fazer as perguntas sobre a cultura indígena e quando conseguem ter esse contato com ela”, afirma Anderson, da etnia Tariano, vindo do estado do Amazonas, e que viveu essas brincadeiras quando criança.

O evento tem como propósito ensinar a cultura dos povos indígenas através dessas atividades tão próximas da vivência do Brasileiro. “Uma vez, uma pessoa me perguntou por que eu continuava na cidade. Aí eu falei que, enquanto houver pessoas com dúvidas sobre a cultura indígena, não tem como eu voltar”, revela o artista, disposto a levar conhecimento da sua cultura à população. “Me vejo como se eu fosse um roçador no meio de uma grande floresta e as dúvidas, as curiosidades e os preconceitos que as pessoas carregam acerca da cultura indígena são essas árvores e caminhos. Eu vou roçando, aplainando, preparando o caminho. Este é o meu propósito.”

O grupo de artes Dyroá Bayá é um grupo formado em 2002 por seu pai, Severiano Kedasery, da etnia Tariano, e Ermelinda Yepário, da etnia Tukano, com o intuito de divulgar a cultura dos povos indígenas. No começo, apenas trabalhavam com cantos e danças tradicionais, até conhecerem o teatro, audiovisual, cinema, figuração e isso virou o trabalho. “Hoje eu desenvolvo dramaturgias, contações de histórias, crio propostas e várias formas de como levar para as pessoas a cultura indígena com o grafismos, dança, cantos, teatro, os rituais e coloco tudo isso nos meus trabalhos”, conta Anderson. Atualmente, o grupo também abriu para não indígenas. “Me senti na vontade de partilhar com mais pessoas, mais artistas. E não guardar só pra mim, não escrever só pra mim”

Além das brincadeiras, o grupo Dyorá Bayá apresenta, no dia 31, outra programação: Vivência da Cultura Indígena da Etnia Tariano, em que Anderson traz tudo que ele tem feito nesses 20 anos de trabalho dentro das áreas urbanas com os pe’kasãs (não indígenas).

Por Marcelo Lustosa

Confira a programação completa abaixo:

Brincadeiras Populares De Origem Indígena com Dyroá Bayá - Brincante
A vivência das brincadeiras populares foram pensadas para o público infantil e vem com o propósito de ensinar a cultura indígena através das brincadeiras que contém elementos da natureza, histórias e seres da floresta. Por que, apesar dessas brincadeiras serem de origem indígena, na maioria das vezes os brincantes não sabem de que povo se originou essa brincadeira.
Serviço:
|Casa de Cultura Itaim Paulista. Dia: 30/08 às 14h. Livre. Grátis. 120 minutos.


Vivência da Cultura Indígena da Etnia Tariano com Grupo de Artes Dyroá Bayá - Vivência
O artista educador Anderson Kary Báya traz nessa vivência tudo que ele tem feito nesses 20 anos de trabalho dentro das áreas urbanas com os pe’kasãs (não indígenas). Então a vivência conta com uma performance onde o artista mostra como eram as vestes tradicionais indígenas antes da chegada dos colonizadores, falando a língua indígena tukano. Depois com roupas urbanas, inicia uma apresentação em português com cantos e danças, além de ensinar a língua tukano; assim conta uma breve história para que as crianças tirem suas dúvidas e tirem fotos suas de lembrança.

|Dia 31/08 às 17h - Casa de Cultura Tremembé