A MITsp volta aos palcos da cidade no período de 2 a 12 de junho

A MITsp volta aos palcos da cidade no período de 2 a 12 de junho com espetáculos da França, Alemanha e Argentina e de diversos estados do Brasil, garanta seus ingressos!

Entre os dias 2 e 12 de junho, a oitava edição da MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo retoma sua programação presencial (em 2021, todas as atividades aconteceram de forma on-line através da Plataforma MIT+) com três montagens internacionais, sete espetáculos nacionais, três estreias nacionais e uma internacional e uma ampla grade de oficinas, debates e conversas ao longo dos dez dias de atividades. A abertura será no teatro do Sesc Pinheiros, com o espetáculo Estádio (Stadium), com texto de Mohamed El Khatib e concepção de Mohamed El Khatib e Fred Hocké.

A oitava edição da MITsp tem apresentação do Ministério do Turismo, Itaú, Sabesp e Secretaria Municipal de Cultura, realização da Olhares Instituto Cultural, ECUM Central de Produção, Itaú Cultural, Sesc SP, Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Secretaria Especial da Cultura - Ministério do Turismo e correalização do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, Goethe-Institut São Paulo, Consulado Geral da França em São Paulo e Instituto Italiano de Cultura de São Paulo.

Esta edição marca a retomada da MITsp no formato presencial, ainda que reduzida. “Uma vontade de estar vivos, pulsando, atuantes”, diz Antonio Araujo, diretor artístico e parceiro de Guilherme Marques, diretor geral de produção, ambos idealizadores da Mostra. “Estamos felizes com a retomada da MITsp, com trabalhos presenciais, embora esta seja uma edição mais concisa, nos limites do que foi possível trazer em um tempo pós-pandemia. Mas são espetáculos que seguem a ideia primeira da Mostra de trabalhos com radicalidade no “pensar a cena” diz Antonio Araujo. Em 2022, o evento mantém as programações de seus quatro principais eixos: Mostra de Espetáculos, Ações Pedagógicas, Olhares Críticos e MITbr - Plataforma Brasil.

 

Mostra de Espetáculos | Entre os espetáculos internacionais, Estádio (Stadium), com concepção dos franceses Mohamed El Khatib (ele esteve na MITsp em 2019 com o solo Partir com Beleza) e Fred Hocké aproxima em cena a emoção de um estádio de futebol e a do teatro; a montagem põe o espectador de teatro frente a frente com o dos estádios, colocando em questão o que é uma audiência e o que diferencia, além da roupa, os dois públicos.

O Martelo e a Foice (Le Marteau et La Faucille), adaptação do conto homônimo do americano Don DeLillo e dirigido por um dos expoentes da cena contemporânea de seu país, o também francês Julien Gosselin, escancara os excessos do capitalismo com um personagem aprisionado no que parece ser um local para crimes de colarinho branco, repleto de banqueiros e negociantes de arte que se apropriaram indevidamente de fortunas.

Vale da Estranheza (Uncanny Valley), trabalho do Suíço radicado na Alemanha, Stefan Kaegi, do grupo Rimini Protokoll (grupo que esteve à frente da encenação 100% São Paulo, na MITsp, em 2016), empresta o título da expressão criada pelo cientista japonês Masahiro Mori para designar - no campo da engenharia robótica - a aversão que as pessoas sentem diante de robôs muito parecidos com pessoas reais e discute o estranhamento e a facilidade que temos com a tecnologia.

As três estreias nacionais mostram a pesquisa de expoentes da cena artística brasileira: História do Olho - Um Conto de Fadas Pornô Noir, de Janaina Leite; Antes do Tempo Existir, de Andreia Duarte e Um Jardim Para Educar as Bestas, de Eduardo Okamoto. O diretor argentino Lisandro Rodríguez e o dramaturgo brasileiro Alexandre Dal Farra estão juntos na estreia internacional Tragédia e Perspectiva I - O Prazer de Não Estar de Acordo, com produção da MITsp.

MITbr - Plataforma Brasil | Criada em 2018 como um programa de internacionalização das artes cênicas brasileiras, a MITbr tem, em 2022, curadoria de Jane Schoninger e Jorge Alencar. Ambos selecionaram sete grupos e artistas de vários estados brasileiros para se apresentarem ao público com a presença de programadores de festivais nacionais e internacionais. Os selecionados são Ancés, Tieta Macau (CE); Despacho Coletivo, de Jaqueline Elesbão/Coletivo Pico Preto (BA); E.L.A, de Jéssica Teixeira (CE); Eles Fazem Dança Contemporânea, de Leandro Souza (SP); Fortaleza, de Fauller/Cia. Dita (CE); Há Mais Futuro que Passado - Um Documentário de Ficção, de Complexo Duplo (RJ) e Trava Bruta, de Leonarda Glück (PR).
Nas Ações Pedagógicas, a curadoria de Dodi Leal trouxe como tema Afetossíntese: as atividades reunidas colocam a força afetiva da elaboração cênico-performativa no sentido de gerar vigor nutritivo nas relações existenciais-sociais. Entre os destaques, estão os eventos: A Encontra da Pedagogia da Teatra, com conversas, shows e debates; oficinas e um Laboratório da Pedagogia da Performance.

Os Olhares Críticos, este ano com curadoria de Julia Guimarães e José Fernando Peixoto de Azevedo, propõem discussões sobre as artes cênicas e a contemporaneidade a partir da realização de conversas com pensadores e pesquisadores de diferentes áreas, além da publicação de críticas, artigos e entrevistas. A programação conta com as Reflexões Estético-Políticas, Pensamento-em-Processo, Diálogos Transversais, Prática da Crítica, Cartografia, entre outros.

 

| Mostra de Espetáculos

Estádio (Stadium - 2017) | Mohamed El Khatib | França

| Teatro Sesc Pinheiros. Rua Pais Leme, 195 - Pinheiros. Duração: 110 min. Classificação etária: 10 anos. 02, 03 e 04/06 – quinta, às 20h, sexta e sábado, às 21h.

 

O Martelo e a Foice (Le Marteau et la Faucille - 2019)| Julien Gosselin | França

| Teatro Paulo Eiró. Avenida Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro. Duração: 60 min. Classificação etária: 14 anos. 03, 04 e 05/06 – sexta e sábado, às 21h e domingo, às 20h.

 

Vale da Estranheza (Uncanny Valley - 2019) | Rimini Protokoll | Alemanha

| Sesc Belenzinho. Rua Padre Adelino, 1000 - Belenzinho. Duração: 60 minutos. Classificação etária: Livre. 08, 09, 10 e 11/06 – quarta e quinta, às 21h e sexta e sábado, às 17h e às 21h.


História do Olho - Um Conto de Fadas Pornô-noir (2022) | Janaina Leite | Brasil

| Teatro Paulo Eiró. Avenida Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro. Duração: 180 min, com intervalo. Classificação etária: 18 anos. 10 a 12/06 – Sexta e sábado, às 20h e domingo, às 18h.


Antes do Tempo Existir (2022) | Andreia Duarte e Denilson Baniwa, Kenia Dias, Lilly Baniwa e Ricardo Alves Jr. | Brasil

| Teatro Cacilda Becker. Rua Tito, 295 - Lapa. Duração: 80 min. Classificação etária: Livre. 10 a 12/06 – Sexta, às 18h e sábado e domingo, às 21h.

 

Um Jardim para Educar as Bestas (2022) | Uma criação de Eduardo Okamoto, Isa Kopelman, Marcelo Onofri e Daniele Sampaio | Brasil

| Biblioteca Mário de Andrade. Rua da Consolação, 94 - República. Duração: 55 min. Classificação etária: 12 anos. 04, 05, 11 e 12/06 – sábado e domingo, às 17h.

 

Tragédia e Perspectiva I - O Prazer de Não Estar de Acordo (2022) | Alexandre Dal Farra, Lisandro Rodríguez | Argentina, Brasil

| Galpão do Folias. Rua Ana Cintra, 213 - Santa Cecília. Duração: 85 min. Classificação etária: 16 anos. 06 a 12/06 – Segunda a domingo, às 20h.

 

| Programação MITbr - Plataforma Brasil

Ancés (2017) | Tieta Macau | (CE)

| Sala Multiuso Teatro Arthur Azevedo. Avenida Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca. Duração: 45 minutos | Classificação etária: Livre. 11 e 12/06 – sábado, às 19h e domingo, às 17h e 20h.

 

DESPACHO DEFERIDO (2021) | Jaqueline Elesbão/Coletivo Pico Preto | BA

| Palco Teatro Arthur Azevedo. Avenida Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca. Duração: 34 minutos | Classificação etária: 16 anos. 08 e 09/06 – quarta, às 18h e quinta, às 20h.

 

E.L.A (2019) | Jéssica Teixeira | CE

| Teatro João Caetano. Rua Borges Lagoa, 650 - Vila Mariana. Duração: 70 minutos | Classificação etária: 14 anos. 11 e 12/06 – sábado, às 21h e domingo, às 15h.

 

Eles Fazem Dança Contemporânea (2019) | Leandro Souza | SP

| Sala Multiuso Teatro Arthur Azevedo. Avenida Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca. Duração: 40 min | Classificação etária: 16 anos. 08 e 09/06 – quarta, às 19h e quinta, às 19h e 21h.

 

Fortaleza (2019) | Cia Dita | CE

| Palco Teatro Arthur Azevedo. Avenida Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca. Duração: 40 minutos | Classificação etária: 18 anos. 11 e 12/06 – sábado, às 18h e domingo, às 19h.

 

Há Mais Futuro que Passado - Um Documentário de Ficção (2017) | Clarisse Zarvos, Cris Larin, Daniele Avila Small, Mariana Barcelos, Tainá Nogueira e Tainah Longras | RJ

| Alfredo Mesquita. Avenida Santos Dumont, 1770 - Santana. Duração: 75 minutos | Classificação etária: 16 anos. 09 e 10/06 – quinta, às 20h e sexta, às 16h.

 

Trava Bruta (2021) | Leonarda Glück | PR

| Teatro João Caetano. Rua Borges Lagoa, 650 - Vila Mariana. Duração: 70 minutos | Classificação etária: 18 anos. 08 e 09/06 – quarta, às 21h e quinta, às 17h.

 

| Programação MITbr - Plataforma Brasil

Em seu quinto ano consecutivo (em 2021 houve uma edição online com grupos convidados), a MITbr – Plataforma Brasil, criada em 2018 como um dos eixos da MITsp, procura dar visibilidade, difundir, circular e trazer reconhecimento para o cenário artístico nacional. Nesta edição, a curadoria de Jane Schoninger e Jorge Alencar selecionou sete grupos e artistas que se apresentam ao público com a presença de programadores de festivais nacionais e internacionais.

Para esta edição, compõem a programação os espetáculos: Ancés, Tieta Macau (CE); Despacho Coletivo, de Jaqueline Elesbão/Coletivo Pico Preto (BA); E.L.A, de Jéssica Teixeira (CE); Eles Fazem Dança Contemporânea, de Leandro Souza (SP); Fortaleza, de Fauller/Cia. Dita (CE); Há Mais Futuro que Passado - Um Documentário de Ficção, de Complexo Duplo (RJ); Trava Bruta, de Leonarda Glück (PR).

“Desde 2018, procuramos fomentar e promover grupos e artistas nacionais, que privilegiam espetáculos com pesquisa experimental e investigação da linguagem cênica. Dentro da nossa programação, nos debruçamos sobre o debate de internacionalização. Além da programação de espetáculos nacionais, temos realizado ações pedagógicas voltadas para a capacitação de gestores e produtores culturais, além de cursos e seminários", afirma Guilherme Marques.

Ao longo das edições, com a MITbr conseguiu resultados para artistas e grupos brasileiros. "Essas ações reforçam a política da MITsp que é de internacionalização, voltada ao apoio aos artistas brasileiros, não apenas com circulação, mas com o desenvolvimento e a sustentabilidade das linguagens artísticas", coloca Antonio Araujo.

 

| Parcerias com festivais: resultados práticos

A MITsp, por meio da MITbr - Plataforma Brasil, vem conversando e fechando acordos com eventos de artes cênicas. São parceiros os festivais de Edimburgo; o Proximamente da KVS, em Bruxelas, o Lift, em Londres e o Festival de Santarcangelo, na cidade italiana de mesmo nome.

As ações que visam a internacionalização já apontam resultados concretos: artistas e grupos brasileiros conseguiram se inserir no trânsito de colaborações e apresentações. Altamira 2042, de Gabriela Carneiro da Cunha, estreado na MITsp em 2019, esteve em turnê por festivais de países como França, Portugal, Suíça e Uruguai em 2022. Lobo, de Carolina Bianchi, foi convidado a se apresentar no Skirball, em Nova York, em 2020. A atriz e diretora Janaina Leite, que se apresentou na edição de 2020, deu um workshop no Festival Proximamente, na Bélgica. O Grupo Mexa levou Cancioneiro Terminal para o Festival Transform, em Leeds, na Inglaterra; e devem iniciar um processo à distância com artistas da cidade inglesa para a próxima edição.

Outros espetáculos como violento., solo encenado por Preto Amparo, com concepção de Preto Amparo, Alexandre de Sena, Grazi Medrado e Pablo Bernardo; Caranguejo Overdrive, da Aquela Cia de Teatro; Isto é um Negro?, do grupo E Quem É Gosta?; Vaga Carne, de Grace Passô; De Carne e Concreto, da Anti Status Quo Companhia de Dança estiveram em festivais como o Festival Mladi Levi, na Eslovênia, o Proximamente e o FITEI - Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, no Porto, Portugal.

Em dança, a bailarina e coreógrafa Marta Soares, com Vestígios, teve ingressos esgotados na sua performance em 2019 no Festival Proximamente. Boca de Ferro, das coreógrafas Marcela Levi e Lucía Russo, foi assistido aqui e em outros festivais por programadores internacionais e, em 2021, a dupla estreou grrRoUNd no Festival de Artes Kunsten, na Bélgica. O trabalho, uma coprodução com outros festivais, ainda é inédito no Brasil.

 

| FarOFFa do Processo

A FarOFFa nasceu a partir de uma provocação durante a MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo de 2020: a de que houvesse uma “cena off”, uma mostra que corresse em paralelo e fosse uma alternativa para o público. Assim, a partir daquele ano, o conceito da FarOFFA foi se cristalizando no que ela não é: não é um festival de teatro nem uma mostra de dança, mas tem um pouco de tudo isso. É no OFF que compõe sua grafia, que está a essência de seu conceito.

Em 2022, a mostra está debruçada sobre o fazer, o meio e o percurso. A FarOFFa do Processo reúne pesquisas cênicas que estão em estágios diferentes, dos que estão nos primeiros ensaios até aqueles que estão às vias de estrear. Ainda que os processos criativos sejam o núcleo dessa edição, a programação também contará com espetáculos já estreados – afinal, faz parte do processo criativo apresentar e reapresentar, uma vez que a obra nunca finaliza. São quatro espetáculos, já apresentados em temporadas anteriores: Manifesto Transpofágico, de Renata Carvalho, Traved, de Dodi Leal, Involuntários da Pátria, de Fernanda Silva e Sônia Sobral e Quando Quebra Queima, da ColetivA Ocupação.

As apresentações - mais de 30 obras em processo, no total - têm companhias e trabalhos como A Morte da Estrela, da Cia Livre, Carangueja, de Fernanda Silva e Teresa Seiblitz, Erupção - O Levante ainda não terminou, da ColetivA Ocupação, JORGE pra sempre VERÃO, de Aline Mohamad, Diego Mesquita e Rodrigo França, Terminal - O Ensaio de um Processo, de Yara de Novaes, Kelzy Ecard e Gustavo Vaz e Tremores, de Leticia Sekito.

Os processos cênicos serão apresentados no período de 6 a 12 de junho, na Oficina Cultural Oswald de Andrade (Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro, São Paulo), gratuitamente. A programação completa está disponível em www.faroffa.com.br.

INGRESSOS E INFORMAÇÕES: mitsp.org