Prefeitura de São Paulo inaugura Galeria do DJ “Sonia Abreu” no Centro Cultural Olido

Mostra “60 anos de Discotecagem em SP” dá início à programação do espaço da Secretaria Municipal de Cultura a partir de 28 de abril; abertura inclui tour virtual pelo espaço e discotecagem especial com DJ Marky

Pela primeira vez na América Latina, um equipamento público dedica um espaço permanente voltado ao universo dos DJs. No dia 28 de abril, o Centro Cultural Olido, da Secretaria Municipal de Cultura, inaugura a Galeria do DJ “Sonia Abreu”, com a mostra “60 Anos de Discotecagem em SP”. A partir de 18 de maio, o espaço abre para o público em geral com visitas agendadas pelo e-mail olidocultural@gmail.com, com capacidade de até 10 pessoas por hora, observando todos os protocolos de segurança e de distanciamento social. As inscrições já estão abertas e são gratuitas.

A Galeria e a exposição, idealizadas pelo Secretário de Cultura da Cidade de São Paulo Alê Youssef, e pela coordenadora do CC Olido, Claudia Assef, contou com a colaboração de mais de 100 DJs da cena paulistana para a sua elaboração, contando inclusive com itens de Sonia Abreu, que faleceu em 2019. As peças de Sonia haviam sido doadas a Claudia em vida, pois Sonia acreditava que "um dia ela usaria". A abertura, online, conta com uma tour virtual pela mostra e set "60 Anos de Discotecagem" de DJ Marky. Serão mais de mil itens em exposição.

A ideia do espaço nasceu da vontade de consolidar o Centro Cultural Olido em um polo cultural conectado com a cena cultural do centro de São Paulo, uma referência da música urbana tocada nas festas da cidade pelos DJs, uma das grandes tradições da noite paulistana. “A Galeria do DJ ‘Sonia Abreu’ fortifica o movimento que temos feito desde 2019 no sentido de conectar a Olido com as vanguardas urbanas”, explica o secretário Alê Youssef. “A cena da música eletrônica representa também uma vertente dos novos modernistas, a potência criativa da cidade”. O espaço foi projetado pelo cenógrafo Zé Carratu, que desde os anos 1980 trabalha com arte urbana.

O espaço foi pensado com o intuito de valorizar e celebrar o trabalho de mulheres e homens que se dedicaram e se dedicam ao ofício de disc-jóquei, com um mobiliário que servirá de moldura para diversas exposições temáticas.

A escolha de homenagear Sonia Abreu (1951-2019) para dar nome ao espaço se deu por conta de seu pioneirismo na cena de discotecagem nacional. "A Sonia foi a primeira a realizar muitas coisas: foi uma das primeiras mulheres a trabalharem como sonoplasta no rádio, a primeira DJ mulher a atuar numa discoteca, nos anos 70, a primeira a sair com uma rádio ambulante pelas ruas de São Paulo”, afirma Claudia Assef. “Tudo o que ela fazia musicalmente tinha sua marca registrada, que era trazer um mix de novidades musicais de diversas culturas para seus ouvintes.”

A exposição “60 Anos de Discotecagem em São Paulo” traz, em ordem cronológica, fotos históricas, flyers de época, figurinos, discos em vinil, instalações audiovisuais e equipamentos que ajudam a contar a linha do tempo da evolução do áudio no Brasil.

A mostra colaborativa teve participação de mais de 100 DJS de várias épocas e estilos musicais, como a própria Sonia Abreu, KL Jay, DJ Marky, DJ Nuts, Vintage Culture, VJ Spetto, Erika Palomino (atual diretora do Centro Cultural São Paulo), L_cio, Tessuto, Gop Tun, Mamba Negra, Tony Hits, Gui Boratto, Davis, Dmitri, Iraí Campos, Julião, Fabio Mergulhão, Claudia Guimarães, e muitos outros.