Exposição enfoca amor e sexualidade na cidade de São Paulo nos últimos 100 anos

Na Casa da Imagem, fotografias de acervos e de artistas convidados integram a mostra “SóLove”

Amor, sedução e sexualidade em espaços públicos são temas que despertam a imaginação de muita gente. Como será que a cidade de São Paulo reagiu a essas questões tão inquietantes nesses últimos 100 anos? Para responder a essa interrogação, a Casa da Imagem abre, no dia 23 de fevereiro, a exposição fotográfica “SóLove”.

Com curadoria de Henrique Siqueira e Monica Caldiron, a mostra reúne obras do Acervo Fotográfico do Museu da Cidade de São Paulo (rede de imóveis históricos da qual a Casa da Imagem faz parte), de outras instituições e de artistas convidados.

Lugares históricos onde ocorria o flerte, como a Ilha dos Amores (Parque Dom Pedro II), Belvedere Trianon e Praça da República, foram fotografados por nomes como Armando Prado, Carlos Moreira, Cristiano Mascaro, Thomaz Farkas e Chico Vizzoni. Imagens de motéis e afins ocupam duas salas com obras de Lula Ricardi, Edu Marim, Roberto Wagner e Leo Sombra.

Uma das curiosidades da exposição é a parte em que são demonstradas as políticas adotadas pelo governo sobre a prática sexual, entre elas a delimitação de uma área de tolerância à prostituição no bairro do Bom Retiro durante o Estado Novo. Outro momento contundente é aquele que registra a repressão à prostituição durante a Ditadura Militar nas regiões centrais conhecidas na época como Boca do Lixo e Boca do Luxo, documentada pelo repórter fotográfico Juca Martins na década de 1970.

Adentrando um outro viés da proposta da mostra, são apresentadas documentações e ensaios fotográficos que exibem a reivindicação pelo reconhecimento das questões da mulher e de gênero, pautas que tomaram as ruas da Capital nos últimos anos. Para enfocar esse tema, foram selecionadas obras de Nair Benedicto, Márcia Alves, Rosa Gauditano e do coletivo Amapoa.

Encerra “SóLove” um conjunto de trabalhos realizados por João e Tamara Barim, Marcela Tiboni, Bernoch, Leandro Tupan, Camila Fontenele, entre outros, que aborda como os artistas paulistanos se tornam ativistas pelo reconhecimento das diferenças, utilizando-se das redes sociais.

por Luiz Quesada

| Casa da Imagem. Rua Roberto Simonsen, 136-B. De 23 de fevereiro a 7 de julho. 3ª a dom., das 9h às 17h. Grátis (serviço educativo disponível). Site: www.museudacidade.prefeitura.sp.gov.br. Classificação: 14 anos