Jornada do Patrimônio acontece nos dias 18 e 19 de agosto

Evento convida moradores e visitantes a conhecerem um pouco mais sobre os bens culturais, históricos e artísticos de São Paulo

 No começo, era só um lugarejo, hoje é uma das maiores cidades do mundo. De Vila de Piratininga a São Paulo, a capital paulista sempre esteve em transformação. A mistura de diferentes povos na formação da identidade paulistana é a grande responsável por essa trajetória intensa. Nordestinos, alemães, italianos, japoneses, árabes, portugueses e muitos imigrantes de outras nacionalidades e estados contribuíram para a história e cultura da cidade.

Essa influência se reflete na arquitetura, comércio e até nos costumes e dia a dia de cada bairro. O Bixiga, por exemplo, é famoso tanto pelas cantinas italianas como pela escola de samba Vai-Vai, que surgiu com a chegada dos africanos e nordestinos, no século 20. Já o bairro da Liberdade, que lembra Chinatown, em São Francisco e em Nova Iorque (EUA), é muito conhecido pelos imigrantes japoneses e conta com centenas de restaurantes típicos e lojas de artigos importados da Ásia, além da ostentar jardins e templos orientais.

Diante desse contexto, de forma a relembrar e valorizar essas raízes, o Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura organiza a Jornada do Patrimônio que, em sua 4ª edição, tem como tema: Uma Cidade, Muitas Mãos. A programação, gratuita, ocorre em um fim de semana, nos dias 18 e 19 de agosto.

Um Cidade, Muitas Mãos

São mais de 200 atividades espalhadas em vários locais, dentre elas visitas educativas a imóveis e equipamentos históricos, diversos tipos de oficinas, como, por exemplo, conhecer os processos de revelação de fotografia em preto e branco e compreender técnicas de conservação de obras; palestras com professores e especialistas de diversas áreas; além de roteiros históricos e lançamentos de livros. Veja abaixo algumas atividades imperdíveis:

(re)Conhecer: Histórias e Culturas

Visitas

Castelinho da Rua Apa
Localizado no bairro Santa Cecília, o Castelinho da Rua Apa, construído em 1912 e inspirado nos castelos medievais franceses, foi projetado como presente do proprietário, Sr. Virgílio César dos Reis, para a sua mulher, Maria Cândida Guimarães. Na noite de 12 de maio de 1937, no entanto, toda a família que morava no edifício foi encontrada morta e, até hoje, não há suspeitas e provas do homicídio. Desde então, o local é considerado mal-assombrado, tornando-se parte do imaginário popular na cidade.
| Rua Apa, 236, Santa Cecília, Centro.
Visitas abertas: dia 18, das 12h às 17h / dia 19, das 10h às 17h

Casa das Caldeiras
Projetada em 1920, no bairro da Água Branca, a Casa das Caldeiras é o único prédio que sobrou do parque industrial de Francesco Matarazzo, o pioneiro da industrialização de São Paulo. O local abriga caldeiras de fabricação inglesa, que geravam a energia responsável pelo funcionamento das antigas fábricas do complexo. Construída em tijolinhos, a edificação possui três chaminés e um túnel subterrâneo onde passava toda a fumaça produzida pelas fornalhas que aqueciam as caldeiras. Durante a Jornada, é possível visitar todo o espaço e entender um pouco mais a sua história.
| Av. Francisco Matarazzo, 2.000, Água Branca, Zona Oeste.
Visita aberta: dia 19, das 9h30 às 17h
Visita guiada: dia 19, 10h, 11h30 e 15h

Casa Ranzini
Projetada pelo arquiteto italiano Felisberto Ranzini em 1924, a casa foi inspirada no estilo florentino, marcado pela arquitetura eclética, que tem como maiores características a simetria, a amplitude e a riqueza dos espaços internos, além da decoração. Restaurado em 2007, o local conserva a maior parte de sua estrutura original e é mantido com recursos dos proprietários. Durante a Jornada, estará aberto ao público e contará com visitas guiadas.
| Casa Ranzini. Rua Santa Luzia, 31 – Sé, Centro.
Visitas abertas: dia 18, das 10h às 17h / Dia 19, das 10h às 16h
Visitas guiadas: Dias 18 e 19, 11h e 15h

Oficinas

Fotojornada do Patrimônio
Coordenada pelo fotojornalista André Douek, a ideia desta oficina é, por meio da fotografia, descobrir, identificar, acentuar e revelar as características e singularidades de cada bairro e seus patrimônios materiais e imateriais. A atividade é aberta para fotógrafos amadores e profissionais, que farão uso do próprio equipamento, seja câmera digital ou celular. Partindo de estações do Metrô, a oficina é dividida em dois horários e quatro roteiros: Bom Retiro, 25 de Março, Liberdade e Bixiga.

Bom Retiro
| Metrô Tiradentes. Av. Tiradentes, 551, Bom Retiro, Centro. Dia 18, das 9h às 12h

25 de Março
| Metrô Sé. Praça da Sé, Sé, Centro. Dia 18, das 14h às 17h

Liberdade
| Metrô Liberdade. Praça da Liberdade, 133, Liberdade, Centro. Dia 19, das 9h às 12h

Bixiga
| Metrô Trianon-Masp. Av. Paulista, Jardins, Centro. Dia 19, das 14h às 17h

Twister da Cidade: jogo de tabuleiro gigante com patrimônios da Consolação
Para “colocar” o pé direito no Instituto Moreira Salles, a mão esquerda na Praça Dom José Gaspar, o pé esquerdo na Casa Amarela e a mão direita na Paulista Aberta, é necessário ter muita habilidade. O jogo twister propõe ao participante pôr os pés e as mãos em círculos coloridos espalhados por um tapete plástico. Neste Twister da Cidade, os pontos são lugares do território cultural da região da Paulista/Consolação.
| Praça Dom José Gaspar. R. Doutor Bráulio Gomes, República, Centro. Dias 18 e 19, a partir das 9h

Roteiros

Casa do Bandeirante
O roteiro propõe uma visita guiada à Casa do Bandeirante, considerada um típico exemplar das habitações rurais construídas nos séculos 17 e 18, sobretudo pela técnica de construção de taipa de pilão. Ocorre, também, uma roda de conversa sobre as relações entre colonizadores e indígenas, e patrimônio material e imaterial, com o historiador Cadu de Castro e Cristine Takuá, da Aldeia Guarani, em Bertioga,
| Ponto de encontro: Sesc Pinheiros. R. Paes Leme, 195, Pinheiros, Zona Oeste (próximo da Estação Pinheiros do Metrô. Dia 19, das 14h às 19h. Inscrição: https://www.sescsp.org.br/jornadadopatrimonio

Trilha Urbana em Perus
O roteiro apresenta a região a partir do fato dela ter sido importante para a mineração, além de principal passagem de tropas militares durante os períodos Colonial e do Império. A trilha aborda os contextos de ocupações, revitalizações e ressignificações dos espaços públicos entendidos como lugares de diversidade.
| Ponto de encontro: Sesc Santana. Av. Luis Dumont Villares, 579, Santana, Zona Norte. Dia 19, das 10h às 19h. Inscrição: https://www.sescsp.org.br/jornadadopatrimonio

Veja a programação completa no site: http://jornadadopatrimonio.prefeitura.sp.gov.br/

Por Juliana Pithon