Espetáculo de Matéi Visniec volta a São Paulo com apresentações gratuitas

A peça debate a violência contra a mulher e fica em cartaz de 21 de outubro a 19 de novembro, em diversos Teatros e Centros Culturais

Apesar de escrito na década de 1990, o texto de “O corpo da mulher no campo de batalha”, do romeno Matéi Visniec, ainda dialoga com a sociedade atual, tornando-se atemporal, uma vez que, a cada instante, uma mulher se torna estatística, vítimas dos mais diversos tipos de abuso e violência. Por intermédio de duas personagens que se encontram após a Guerra da Bósnia e tentam reconstruir a percepção sobre si mesmas, o espetáculo discute a violência contra a mulher no sentido de valorização de seu corpo. Após longa temporada no Rio de Janeiro, a peça chega a São Paulo em diversos Teatros e Centros Culturais, a partir do dia 21 de outubro.

Adaptado e dirigido por Fernado Philbert, a narrativa tem como propósito valorizar o corpo da mulher e seu espaço. “Por mais que elas estejam na dor, no desespero, elas encontram força para ir além e para se superar. A vida é mais forte, então essa tomada de consciência de que viver tem um grande valor é o modo de combater a violência”, explica Philbert.
A peça é ambientada dentro do quarto de uma clínica, às margens de um rio na Suíça. A iluminação estabelece a intensidade do diálogo entre Kate (Ester Jamblonski), uma terapeuta americana que trabalha como voluntária, e Dorra (Julia Tavares), uma refugiada bósnia vítima de estupro. A preparação das duas atrizes para personagens tão intensas leva para o público a emoção e a conscientização do sofrimento constante da mulher. “Preparar duas artistas para um espetáculo do universo feminino pressupõe você estar o mais próximo possível delas e dessa sensibilidade. Uma personagem foi violentada e a outra está isolada, cuidando de pessoas com problemas. Caminhar ao lado das atrizes para essa percepção é caminhar ao lado da questão feminina”, afirma o diretor.

“O corpo da mulher é o campo de batalha, o corpo da mulher é a rua escura e abandonada. As pessoas tomam posse desse corpo de um modo violento. A gente está ali contanto uma história de violência e covardia para que essa história não se repita e para que as pessoas reflitam quando se diz que a mulher é violentada pelo vizinho, pelo amigo, por um parente, por alguém que conhece a sua família. A gente está dando esse alerta, fique atento à sua vida, à vida de quem está ao seu lado e de quem você ama”, conclui.

Por Aryanne Valgas

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| Centro Cultural Vila Formosa. Av. Renata, 163, Vila Formosa. Zona Leste. | tel. 2216-1520. Dia 18, 20h. Dia 19, 19h.