“A vida, mais preenchida por incertezas do que por certezas, está sempre por um fio”, afirma Cristiano Meirelles, diretor de “Fino Fio”. O elemento que dá nome ao espetáculo representa, para ele, uma conexão, uma vez que cada um se liga a outro. “Mas quando um deles se rompe, algo morre – e não há transformação sem morte”. É a partir da simbologia desse objeto que “Fino Fio” é construído. Misturando dança e canto, a obra tem única apresentação no dia 18, no Teatro Flávio Império.
O fio, como algo que conecta, mas que também pode ser rompido, representa um ciclo vida-morte-vida. Um processo, em suma, de destruição e reconstrução. “Nossa intenção no espetáculo é que o público possa compreender suas experiências particulares também como algo cíclico, dotado de momentos de fins e recomeços, um dependendo do outro”, explica o diretor. A coreografia, inclusive, é construída dessa forma. “As cenas são costuradas de modo que não haja ‘intervalo cênico’, ou seja, uma cena leva a outra”.
Máscaras de rituais mexicanos, elementos religiosos, gestos derivados de danças populares brasileiras, cores e poesias. Tudo isso se conecta a partir de perspectivas sobre a morte. “Entendemos que ela é uma força muito presente no imaginário humano, sendo por algumas culturas repelida, por outras tida como mestra e há ainda os que festejam sua presença”, afirma Meirelles. “Mas mais do que falar dela, queremos poetizar as pequenas mortes que vivemos ao longo da vida, e que tanto nos ensinam”, conclui.
A idealização do espetáculo é de Maria Eugenia Almeida e Flora Poppovic e a direção musical de Alexandre Ribeiro.
Por Gabriel Fabri
Serviço: Teatro Flávio Império. R. Prof. Alves Pedroso, 600, Cangaíba. Zona Leste. | tel. 2621-2719. Dia 18, 20h. Grátis.
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