Terceira edição da Virada Cultural acontece nos dias 5 e 6 e deve relembrar discos históricos

Virada à paulista

Inspirada em eventos europeus, como a Nuit Blanche (noite branca) parisiense, a Virada Cultural conseguiu, nessa sua terceira edição, conquistar uma cara própria, tipicamente paulistana. Com 24 horas consecutivas de programação, o evento, que acontece entre os dias 5 e 6, terá mais de 350 atrações gratuitas entre shows, espetáculos de dança, circo e teatro.

Aberta por Alceu Valença, que se apresenta na Praça da Sé às 18h do sábado, a festa deve movimentar toda a cidade, mas é a região central que concentra grande parte das atividades da noite e da madrugada.

Entre as novidades deste ano está o palco montado na Rua Vieira de Carvalho, próximo ao Largo do Arouche. Tradicional reduto gay da cidade, o local deve receber nomes da velha guarda como Angela Maria, Cauby Peixoto, Tito Madi e Orquestra Tabajara. 

Um tom saudosista marca essa edição. Antigos parceiros, como Moraes Moreira e Armandinho, que tocavam juntos no trio elétrico Dodô e Osmar nos anos 70, devem se reencontrar. Além disso, vários dos shows programados convidam bandas há algum tempo afastadas dos palcos, caso dos grupos de rock Tutti Frutti e A Chave do Sol, a se reunirem novamente.

Discos históricos, que marcaram a carreira de importantes nomes da música brasileira, também serão reeditados. O Theatro Municipal recebe João Donato para reviver A Bad Donato, álbum de 1970. Sérgio Ricardo apresenta a trilha sonora que compôs para o filme Deus e o Diabo na Terra do Sol e Germano Mathias leva ao palco Ginga no Asfalto, disco de 1962 em que Geraldo Filme teve seu primeiro samba gravado.

 Para o público mais jovem, foi organizada uma rave na Rua 15 de Novembro, com dezenas de DJs, entre eles os conhecidos Snoop, Camilo Rocha, Mau Mau e Andy. Na praça Dom José Gaspar, as apresentações de pianistas dão ao lugar um clima intimista: Amilton Godoy, pianista do Zimbo Trio há mais de 40 anos, toca para o público às 22h.  Números de circo e peças de teatro movimentam a praça da República e grupos de dança contemporânea revezam-se no palco do Vale do Anhangabaú. Na igreja do Largo Paissandu, grupos de congada vindos de Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás encontram-se para uma missa em homenagem aos santos negros.

Apesar da concentração de atividades no Centro, a periferia da cidade será contemplada com shows que acontecem em Guaianazes (Zona Leste), Parada de Taipas (Zona Oeste), Pedreira (Zona Sul) e no Parque da Juventude (Zona Norte). Naná Vasconcelos, Mônica Salmaso, Fernanda Porto e Tom Zé também são alguns dos nomes que deverão passar pelos 21 CEUs. No Parque Villa-Lobos, que recebe a Osesp, a Jazz Sinfônica e a Orquestra Sinfônica Municipal, a programação será toda dedicada à música erudita. 

Promovida pela Secretaria Municipal de Cultura, a Virada Culturalé uma parceria com SP Turis, Sesc e Secretaria de Cultura do Estado.

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