Exposição Cultura na Cidade 1940-1964 é prorrogada até o dia 13 de maio

A exposição Cultura na Cidade 1940-1960, apresentada no Solar da Marquesa, foi prorrogada até o dia 13 de maio. Por meio de filmes, objetos, fotografias, músicas e depoimentos de artistas, a mostra traça um panorama da vida cultural paulistana do período.

Os anos de 1940 a 1964 marcam profundamente a vida urbana paulistana, dando prosseguimento a uma política deliberada da elite local em tornar São Paulo a capital econômica e cultural da nação. Durante essas duas décadas, a cidade passa, também, por grandes transformações urbanas.

No cenário cultural, destaque para a transformação das salas de cinema e dos teatros; a valorização progressiva da dramaturgia nacional, assim como da propaganda, do design, da literatura, do cinema, das artes plásticas e da dança.

Transformações no centro da cidade
No Centro Antigo, alguns teatros e cinemas sobreviveram às intensas alterações, mas as grandes salas, surgidas pelas mãos das companhias exibidoras americanas, vão se instalar nas imediações das avenidas São João e Ipiranga - a Cinelândia. Ainda surgem outros, nos bairros da Consolação e Bela Vista, formando um novo núcleo. Esse processo de alteração física dos locais onde se instalam é acompanhado de uma intensa transformação da linguagem teatral, que deixa de ser apenas a dos grupos imigrantes amadores e passa por um processo de profissionalização de atores e técnicos.

As emissoras de rádio, com seus auditórios e as redações dos jornais, localizadas no Centro Velho e região do Carmo também vão migrando para o Centro Novo, nas proximidades da Praça da República. Durante os anos 50, as rádios paulistas adquirem um outro peso na vida sonora do país, quando começam a entrar no circuito nacional, em maior quantidade, cantores e músicos paulistas.

Também as artes plásticas começam a ganhar maior espaço na cidade com a abertura de galerias de exposições instaladas no Viaduto do Chá e no edifício dos Diários Associados, na Rua 7 de Abril, por iniciativa de Cicillo Matarazzo e Assis Chateaubriand. Ali são idealizados e, funcionam por um tempo, o MASP, o MAM e tem seus primeiros passos a idéia da Bienal de Arte de São Paulo, que ainda passará por construção provisória na Avenida Paulista, em frente ao Trianon, antes de chegar ao Parque do Ibirapuera,  em 1954.

As artes plásticas passam por uma intensa modificação no período, abarcando desde a produção do grupo de autodidatas Família Artística Paulista, que se reunia no Palacete Santa Helena, na Praça da Sé até as primeiras exposições de Arte Concreta, chegando  ao happening de Realismo Mágico sob a ascendência da arte pop e do surrealismo que,  em 1963,  abre a primeira exposição de Wesley Duke Lee, no João Sebastião Bar. 

As comemorações do IV centenário da cidade foram um estímulo na vida cultural local: o Ballet da Cidade de São Paulo recebe um coreógrafo extrangeiro, Ismael Guiser e a cidade ganha vários espaços de exposições no novo parque.

O período foi extremamente marcado pela múltipla atividade dos profissionais: artistas plásticos do porte de Clóvis Graciano, Darcy Penteado, Maria Bonomi, Flávio Império, Cyro Del Nero e Hilde Weber trabalhando na ilustração de livros, programas de teatro e cenografia, além de sua própria produção plástica, bem como atores e dramaturgos que incursionaram pela música, como Gianfrancesco Guarnieri e Marília Medalha, ou escritores e cronistas que adentraram o universo da televisão como Marcos Rey, cômicos de programas de rádio dedicando-se à música, como Adoniran Barbosa.

Serviço: Solar da Marquesa de Santos. Rua Roberto Simonsen, 136 - Centro. Tel.: 3241-4238. De terça a domingo, das 9h às 17h. Até 13 de maio. Grátis