Legado do Departamento de Cultura

A Secretaria Municipal de Cultura oferece, no mês do folclore, ocasião do lançamento da coleção Missão de Pesquisas Folclóricas, uma programação que abrange cinema, debates, apresentações de dança, circo, músicas e oficinas.

O Cine Olido exibe, a partir do dia 22, cerca de 16 documentários brasileiros de produções recentes, sempre com a temática regional. A Vitrine da Dança traz grupos populares de todo o país nos dias 25, 26 e 27 para apresentações: Samba de Roda de Vinhedo (SP), Índios Pankararus (SP), Barca de Santa Maria (PB), Coco de TEBEI (PE), Jongo de Tamandaré (SP), Congos de Pombal (PB), Grupo Responde a Roda e Dona Senhorinha (PE).

Um colóquio irá debater e analisar o legado do Departamento de Cultura. Criado em 1935, por Mário de Andrade, o órgão foi a primeira iniciativa pública na área da cultura no país. O destaque da programação é o debate que acontece no dia 25, às 19h, com Telê Ancona Lopez e Marco Antônio de Moraes sobre a figura empreendedora de Mário de Andrade.

O legado do Departamento de Cultura

Cine Olido
Dia 22, 15h
Trilha, toada e trupé

(Brasil, 2005). Dir.: Angélica Del Nery. Documentário que registra a viagem e os encontros do grupo A Barca com as manifestações culturais de aproximadamente 30 cidades, do Pará a São Paulo, realizando o projeto Turista aprendiz.

Dia 22, 17h
Kiarãsâ Yõ Sâti

(Brasil, 2005, cor, 52min - vídeo, documentário). Dir.: Komoi e Paturi Panará. O cotidiano da aldeia Panará na colheita do amendoim, apresentado por um jovem professor, uma mulher pajé e o chefe da aldeia.

Meu Atikum

(Brasil, 2005, cor, 10min - vídeo, documentário). Dir.: Marcos Alexandre dos Santos Albuquerque. História da organização dos índios Atikum (PE) contra a invasão de criadores de gado a suas terras mais produtivas na Serra do Umã. O vídeo também traz elementos da cultura Atikum.

Dia 22, 19h30
Aboio

(Brasil, 2005, cor, 73min - 35mm). Dir.: Marilia Rocha. Uma equipe de realizadores percorre de Minas a Pernambuco procurando as características e os lugares onde o aboio - canto de vaqueiros para tanger o gado - ainda é entoado. Sua vozes ecoam lamentos improvisados e sem palavras, que se prolongam pelos campos mudos do sertão.

Dia 23, 15h
Quebra coco, faz a vida

(Brasil-Maranhão, cor, 29min - vídeo, documentário). Dir.: Getsemane Silva. Um mergulho na cultura e no cotidiano das quebradeiras de coco babaçu, do interior do Maranhão, que, depois de se organizarem e lutarem pelo direito ao produto e à terra, saíram da situação de semi-escravidão para conquistar dignidade e renda. Na vila remanescente de quilombos, as noites de festa são animadas pelo Tambor de Crioula - batuques, danças e versos, em diferentes línguas africanas.

Feiticeiros da palavra
(Brasil, 2000, 56min). Dir.: Rubens Xavier. Documentário que põe em foco a prática do jongo - forma de expressão poética, musical e coreográfica dos afro-descendentes do Vale do Paraíba - em Guaratinguetá, São Paulo. O filme tem como base a pesquisa desenvolvida pela Associação Cultural Cachuera.

Dia 23, 17h
O rezador de cobras

(Brasil-Goiás, 2005, vídeo, documentário). Dir.: Raimundo Alves e Vinícius Berger. O filme mostra a fé e a tradição unidas na antiga prática dos rezadores para afastar os animais peçonhentos das fazendas e chácaras.

Fala mulher
(Brasil, 2005, cor, 80min - vídeo, documentário). Dir.: Graciela Rodriguez & Kika Nicolela. Em São Paulo, quinze mulheres afro-descendentes falam sobre suas vidas. São manicures, domésticas, secretárias, cabeleireiras, professoras, que batalham por sua sobrevivência. Elas, no entanto, são rainhas na escola de samba e incorporam deuses nos barracões do Candomblé.

Dia 23, 19h30
A pessoa é para o que nasce

(Brasil, 2004, 84min, cor - 35mm, documentário)
Dir.: Roberto Berliner. O cotidiano, a história e a súbita celebridade de três irmãs cegas que cantam em troca de esmolas.

Dia 24, 15h
Napëpë

(Brasil, 2004, 43min, cor - vídeo, documentário). Dir.: Nadja Marin. Documentário que traz o depoimento de índios, geneticistas e antropólogos sobre a expedição de uma equipe de pesquisadores norte-americanos que chega ao território Yanomami para recolher as primeiras amostras de sangue de índios.

Samba de Cabôco
(Brasil-Pernambuco, 2004, 18min, cor - vídeo, documentário). Dir.: Márcia Mansur e Luiz Lourenço. Retrato de folguedo popular do interior, composto de entrevista dos mestres da brincadeira.

Dia 24, 17h
Seo Chico, um retrato

(Brasil, 2004, 95min - 35mm, documentário). Dir.: José Rafael Mamigonian. Um testemunho dos encontros do lavrador Francisco Thomaz dos Santos com a equipe de filmagem do documentário. Seo Chico é personagem vivo da história quase extinta dos engenhos de farinha, de cana-de-açúcar e alambiques na Ilha de Santa Catarina, atual Florianópolis.

Dia 24, 19h30
500 almas

(Brasil-São Paulo, 2005, 109min - 35mm, documentário). Com Paulo José e Matheus Nachtergaele. O delicado processo de reconstrução da memória e da identidade dos índios Guatós, atualmente dispersos pela região pantaneira.

Dia 25, 15h
Lambe Sujo

(Brasil, 2004, 26min - vídeo, documentário). Dir.: Gabriela Greeb, Paulo Dias, Marianna Monteiro. O Lambe-sujo, de Laranjeiras (SE), é um teatro popular cujo enredo relata as relações escravistas ameaçadas pela rebeldia dos escravos e pela proliferação dos quilombos.

São Paulo, corpo e alma
(Brasil, 2001, cor, 55min - vídeo, documentário). Dir.: Paulo Dias e Rubens Xavier. Registro das manifestações de música, dança e teatro do Estado de São Paulo, em sua variedade de formas e estilos: Natividade, Divino Espírito Santo, Reis Congos, Batuques de Terreiro, Desafio de Cantoria, Cristãos x Mouros, Danças aos Padroeiros, Bailes Profanos, Memórias do Índio, Carnaval.

Dia 25, 17h
500 almas

(sinopse acima)

Dia 25, 19h30
O fim e o princípio

(Brasil, 2005, cor, 110min - 35mm)
Dir.: Eduardo Coutinho. No município de São João do Rio do Peixe descobre-se o Sítio Araçás, uma comunidade rural onde vivem 86 famílias, a maioria ligada por laços de parentesco. Os moradores contam sua vida, marcada pelo catolicismo popular, pela hierarquia, pelo senso de família e de honra.

Dia 26, 15h
A pessoa é para o que nasce

(sinopse acima)

Dia 26, 17h
O fim e o princípio

(sinopse acima)

Dia 26, 19h30
O rezador de cobras

(sinopse acima)

Fala mulher
(sinopse acima)

Dia 27, 15h
Aboio

(sinopse acima)

Dia 27, 17h30
Seo Chico, um retrato

(sinopse acima)

Sala Paissandu

Dia 23, 19h
Palestra/Debate.
Formação e criação do Departamento de Cultura (de 1935 a 1938). Com Carlos Sandroni, Elizabeth Abdanur e Roberto Barbato Junior. Mediação: Flavia Toni. Em debate, a institucionalização do modernismo brasileiro e a criação do Departamento de Cultura, em 1935, a partir de um projeto encabeçado por Mário de Andrade.

Dia 24, 19h
Palestra/Debate.
Cultura Popular e educação - um projeto do Departamento de Cultura
Com Márcia Gobbi e Antônio Gilberto. Mediação: Ana Lúcia Goulart. Debate sobre o vínculo estratégico entre o Departamento de Cultura e a educação a partir de elementos da “brasilidade”. Os palestrantes retomarão a experiência da Missão de Pesquisas Folclóricas de Mário de Andrade e a importância dos espaços que sintetizaram aspectos da expressão popular a partir dos anos 1930.

Dia 25, 15h
Oficina
- cocos, aboios e outros poemas rimados a partir de registros da Missão de Pesquisa Folclórica.
Com Maria Inês Ayala (Professora da Universidade Federal da Paraíba, doutora em Letras pela USP). A oficina aborda diferentes gêneros poéticos, contrastando os registros feitos pela Missão de Pesquisas Folclóricas, em 1938, no litoral e no sertão paraibano, e registros feitos por diversas equipes nessas regiões durante pesquisas de campo desde 1992.

Dia 25, 19h
Palestra/Debate
- Mário de Andrade: perfil de um diretor
Com Telê Ancona Lopez e Marco Antônio de Moraes. Mediação: Carlos Sandroni
Debate sobre a figura empreendedora de Mário de Andrade.

Dia 26, 14h
Oficina
- A rítmica dos tambores na música afro-brasileira
Com Virgínia Barbosa (mestra em Musicologia pela UFRJ, instrumentista, pesquisadora, compositora de música de cena e professora de percussão e criação musical). Aborda toques de ilu (tambor utilizado no Xangô e na umbanda recifense) a partir de sua relação com a rítmica e aspectos técnico-expressivos da performance musical do maracatu de baque virado.

Dia 26, 17h
Colóquio
- heranças do Departamento de Cultura
Com Carlos Augusto Calil e Antônio Arantes. Mediação Reinaldo Cardenuto Filho.

Vitrine da dança

Dia 25, 12h
Samba de Roda de Vinhedo (SP)

Também conhecido como Samba da Tia Aurora, o grupo composto de duas famílias de Vinhedo é um dos últimos a praticar o Samba de bombo - gênero que até a década de 1930 era tradicional nos redutos negros da capital paulista.

Dia 25, 18h
Congada Santa Efigênia de Mogi das Cruzes (SP)

Um dos poucos exemplos de grupos tradicionais que conseguiram se rearticular no contexto adverso da Grande São Paulo, a Congada de Sta. Efigênia está sob o bastão de Gislaine Donizete Afonso, filha do antigo mestre Zé Baiano.

Dia 26, 12h
Coco de TEBEI (Tacaratu-PE)

O grupo é composto de agricultores do sítio Olho d’Agua do Bruno, na zona rural de Tacaratu (PE), que dançam o coco para pisar o chão de barro batido quando finalizam a construção de uma casa.

Dia 26, 15h
Jongo do bairro de Tamandaré - Guaratinguetá (SP)

Esta comunidade de jongueiros é uma das poucas que mantêm viva essa dança tradicional, que era praticada pelos negros que trabalhavam nas plantações de café do Vale do Paraíba, nas fazendas do Sul de Minas Gerais e no Espírito Santo.

Dia 26, 18h
Congos de Pombal

O grupo do município Pombal (PB), presidido por Miguel Ferreira é singular no contexto da cultura tradicional brasileira, tanto pela dança e canto quanto pelo entrecho dramático. Eles acompanham a procissão de Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos Negros da Irmandade do Rosário.

Dia 27, 12h
Índios Pankararus (SP)

Apresentação de uma das principais modalidades de danças, o Toré (dança de parelhas, dança em fileiras), realizada na Festa do Umbu. Originários da aldeia Brejo dos Padres (PE), os Pankarurus começaram a migrar para São Paulo a partir de 1950. Atualmente vivem na capital paulista cerca de 1200 índios, distribuídos em diferentes favelas.

Dia 27, 15h
Barca Santa Maria do bairro de Mandacaru

A barca ou nau catarineta é uma dança dramática, que representa o tema das navegações e os acontecimentos festivos, alegres e trágicos, por que passa sua tripulação. Dirigida pelo Mestre Deda, a Barca Santa Maria é herdeira da tradição da Barca da Torre, trazida para Mandacaru (PB) pelo Mestre Cícero Campos do Nascimento.

Dia 27, 15h
Oficina
- poemas narrativos e outras histórias a partir de registros da Missão de Pesquisa Folclórica
Com Maria Inês Ayala. Abordando os poemas narrativos e outras histórias encontradas nos cantos e diálogos de danças dramáticas, a oficina faz uma análise comparativa de dois grupos tradicionais: os Congos da cidade sertaneja de Pombal e a Nau Catarineta ou Barca de Mestre Deda.

Sala Olido

Dia 26, 20h
Trilha, toada e trupé

Show com o grupo A Barca.

Dia 27, 14h
Nau de Ícaros

O grupo circense Nau de Ícaros apresenta o espetáculo infantil Cidade dos Sonhos.

Dia 27, 18h
Encerramento

Grupo Responde a Roda. Seu Zé Marcolino, Dona Terezinha Maria de Jesus dos Santos, Honorina Hermínia de Souza e Maria Felipe cantam antigas rodas e cantigas coletivas do sertão, a duas vozes. O que fazem foi denominado pela Missão de 1938 como “roda sertaneja”. Moram na cidade de Tacaratu (PE).
D. Senhorinha. Dona Senhorinha Freire, 86 anos, cantou, em Tacaratu, ao 20 anos, para a Missão de Pesquisas Folclóricas de 1938. Nesta apresentação, mostrará peças musicais que entoou na ocasião.
Renata Rosa e os repentistas. Instrumentista e cantora, é uma paulista que se fixou em Recife, fundamentou seu trabalho entre Pernambuco e Alagoas e encontrou na obra de Mário de Andrade referências profissionais.
Ivanildo Vila Nova e Raimundo Caetano. Os cantadores Ivanildo Vila Nova e Raimundo Caetano representarão um dos gêneros poéticos nordestinos de maior força e longevidade na história da música de tradição oral brasileira, o repente.

De 22 a 27.
Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô.
Espaço Expositivo: 3ª a sábado, das 12h às 21h30, domingo, das 12h às 20h

Preço: Grátis
Galeria Olido - Av. São João, 473