CCSP lança publicação de música contemporânea brasileira

O projeto de divulgação da nova produção musical brasileira, da Discoteca Oneyda Alvarenga, foi selecionado em concurso público nacional e recebeu patrocínio de R$ 496.550,00 da Petrobras. Foi apresentado pela Associação Amigos do CCSP e contemplado pela lei de incentivo à cultura para desenvolvimento durante o ano de 2004. O lançamento acontece no dia 6 de junho na Sala Olido, às 21h, com acriação do selo fonográfico Discoteca Oneyda Alvarenga - música erudita contemporânea brasileira e uma linha editorial de partituras que divulgará a publicação Música Contemporânea Brasileira, composta de CD's e catálogos com a biografia dos artistas e partituras de músicas, em sua maioria inéditas, de cinco compositores brasileiros contemporâneos: Almeida Prado, Edino Krieger, Edmundo Villani-Côrtes,Gilberto Mendes eRodolfo Coelho de Souza. Depoimentos de convidados e apresentações musicais complementam a programação, com entrada franca, até o dia 11 de junho. O evento vai contar com a presença do Secretário Municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil.

A iniciativa de identificar e divulgar a nova produção musical brasileira, visando a criação de um acervo, é parte de um projeto mais extenso, iniciado em 2003, quando a Petrobras também patrocinou a digitalização de grande parte do acervo brasileiro de discos 78rpm (cerca de 28 mil) e partituras (aproximadamente 10 mil títulos) da Discoteca Oneyda Alvarenga do CCSP.

O projeto apresenta a edição de um catálogo completo, que trará um levantamento de obras selecionadas de cada autor, que passarão a integrar a coleção da Discoteca. O objetivo é criar um acervo para a música contemporânea, oferecendo o acesso a esse material ao público da Discoteca Oneyda Alvarenga a audição in loco, no Centro Cultural São Paulo, após o lançamento do projeto na Sala Olido. Em breve, esta coleção estará a disposição do público para venda (valor não confirmado).

A proposta da edição de CDs, assim como de partituras, que registrem obras atuais inéditas, dificilmente encontra receptividade dos selos e editoras comerciais. A maior parte da produção musical brasileira circula, hoje, em partituras manuscritas, o que dificulta a sua difusão. Por falta de material disponível, muitas vezes os concertos repetem exaustivamente as mesmas obras já consagradas.

Com a criação desta linha editorial de partituras, essas novas peças poderão ser, enfim, executadas em salas de concerto, tanto no Brasil como no exterior. Da mesma maneira, o selo fonográfico Discoteca Oneyda Alvarenga - música contemporânea brasileira tornará possível uma divulgação efetiva do que é produzido, registrando obras inéditas dos compositores ou, eventualmente, aquelas que estejam há muito fora de circulação e que mereçam novas interpretações. Apesar de nova, essa proposta encontra precedente na própria Discoteca. Em 1940, a Discoteca produziu por selo próprio a gravação da obra Maracatu de Chico Rei, primeira gravação da obra, com regência do próprio autor, Francisco Mignone (1897-1986).