Recuperar o patrimônio público, modernizá-lo e ampliar a programação cultural da cidade são os objetivos da reformulação administrativa da Secretaria Municipal de Cultura. Além de reestruturar seus departamentos e aprimorar a qualidade da programação, a Secretaria fará importantes investimentos na Biblioteca Mário de Andrade.
A criação do Departamento de Expansão Cultural, que reúne as ações do Departamento de Teatro e as do Departamento de Ação e Cultura Regionalizada, terá como objetivo promover a expansão das atividades culturais na cidade de São Paulo, especialmente nos teatros distritais e nas casas de cultura, por meio de estímulo e desenvolvimento de difusão e formação cultural. A inspiração, tanto para o nome do novo Departamento como para definição de suas atribuições, vem da estrutura do Departamento de Cultura, criado por Mário de Andrade em 1935. À época, a Divisão de Expansão Cultural, chefiada pelo próprio escritor, programava, de forma unificada, os equipamentos culturais públicos da cidade.
Uma das primeiras ações do Departamento será o retorno administrativo dos teatros municipais distritais – três na zona Leste, dois na zona Sul, um na Norte e um na Oeste –, que voltam a ser gerenciados integralmente pela Secretaria de Cultura. Além desses, a cidade ganha um outro espaço teatral: a Biblioteca Anne Frank, que foi reformada e modernizada graças ao apoio da VISA e da empresa Grifa, e terá seu auditório transformado em Teatro Décio de Almeida Prado. Com isso, a infra-estrutura e a segurança destes locais também devem receber especial atenção.
O Departamento de Expansão Cultural contará com áreas responsáveis pela programação; casas de cultura; teatros distritais; fomento ao teatro, cinema e à dança; projetos especiais; e teatro e dança vocacionais. No caso dos projetos especiais, a intenção é dar apoio a eventos, seminários e cursos de qualificação e capacitação de profissionais para atuar na área cultural.
Revitalização da Mário de Andrade
A Mário de Andrade, maior biblioteca pública de São Paulo e a segunda mais importante do país, entra, a partir de agora, em um profundo processo de revitalização, com a restauração de seu edifício e a modernização de seus serviços. A Secretaria de Cultura considera que a BMA tem um papel importante a cumprir em relação à preservação da memória e da cultura da cidade. Neste sentido, uma das principais alterações será elevar a biblioteca ao status de Departamento, buscando dar maior autonomia, racionalidade e rapidez às suas atividades diárias. A BMA terá três divisões: Divisão de Acervo, Divisão de Difusão Cultural e Divisão Administrativa, além de contar com um Conselho Consultivo formado por nove membros, com mandato de dois anos: o diretor da BMA, o coordenador do Sistema Municipal de Bibliotecas, cinco representantes da comunidade editorial, literária e cultural, nomeados pelo Secretário da Cultura, e dois funcionários eleitos por seus pares. Com a reforma administrativa, a Mário de Andrade passará a ter autonomia para a aquisição de seu acervo e será responsável pelo processamento técnico de suas obras.
O edifício da Biblioteca Mário de Andrade, tombado pelo patrimônio histórico, será restaurado e modernizado. A Secretaria de Cultura contratou os serviços do escritório Piratininga Arquitetos Associados para a elaboração do projeto. O escritório foi responsável pelos projetos de restauro das duas bibliotecas da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Campus Cidade Universitária e Rua Maranhão) e pelo projeto de arquitetura, estrutura e paisagismo da Biblioteca Central da PUC de Campinas.