Reestréia, dia 9, na Galeria Olido, o espetáculo de dança contemporânea Olhar oblíquo. O trabalho foi desenvolvido pela Cia. Maurício de Oliveira e Siameses e retrata as diferentes perspectivas do olhar, estimulando uma re-flexão sobre a plasticidade da dança e seu conteúdo metafórico.

No palco, sete bailarinos constroem os ponteiros de um relógio. Nesse círculo, várias questões são colocadas. O intérprete e diretor Maurício Oliveira explica que a concepção é composta por uma longa frase coreográfica que, ao mesmo tempo, se mantém e se transforma, revelando movimentos diagonais, antes imperceptíveis ao público. “De acordo com o andamento do ponteiro, o espectador vê uma faceta nova da coreografia. O alinhamento dos bailarinos faz com que o ponto de saída se torne o ponto de chegada e as distorções do olhar sejam estimuladas pela realidade exposta”, diz Oliveira.

O diretor ressalta ainda que as cenas são saturadas por uma quantidade considerável de desenhos coreográficos, deixando para o dançarino e para o público o trabalho de descobrir novos significados no espaço de tempo, que marcam a transição de um movimento para outro. “A dança mora no silên-cio que existe entre um passo e outro. Naquele centésimo de segundo que o espectador não capta.”

No trabalho, a iluminação tem função norteadora. “Um canhão de luz é pro-jetado sobre o palco. O círculo demarcado pela luminosidade guia os baila-rinos, facilitando também o entendimento da representação cênica do reló-gio”, revela o coreógrafo.

Outro aspecto importante para a concepção da montagem é a cenografia. No fundo do palco estão dispostos três espelhos que deformam as imagens. Os reflexos fazem com que o espetáculo proporcione novas formas de olhar e entender a performance e a simbologia do corpo dos bailarinos em cena.

Serviço: Galeria Olido – Sala Paissandu. Avenida São João, 473 – Centro. De 9 a 19. 5ª a sáb., 20h. Dom., 19h. Telefone: 3397-0171. Grátis