Cia. Domínio Público enfoca as relações humanas

Cia. Domínio Público faz curta temporada, entre 11 e 14, na Galeria Olido, com espetáculo que lança mão de imagens e cenário coberto por sombras

Trajando roupas de festa, homens de camisa branca e mulheres de vestido preto, os dançarinos da Cia. Domínio Público entram em cena, de 11 a 14, na Galeria Olido, para discutir a construção das relações humanas, em um espetáculo de dança contemporânea que utiliza projeção de imagens e um cenário coberto por sombras.

Dirigida pela norte-americana Holly Cavrell, com assistência do diretor tea-tral Ésio Magalhães, a coreografia Babel é resultado do trabalho de co-autoria entre o elenco e artistas de áreas como música, teatro e cinema. “A Holly não é uma diretora-coreógrafa tradicional, ela nos oferece estímulos por meio da leitura de obras importantes e vídeos, para que cada um de nós acrescente algo corporalmente”, explica Sara Mazon, intérprete e produtora do espetáculo.

Abordando questões que envolvem qualquer relacionamento, a história é contada a partir do encontro entre um homem e uma mulher que se comuni-cam, passando por lugares-comuns e papéis pré-definidos pela sociedade atual. “Para criar o espetáculo, voltamos nosso olhar para o tema da mentira e de como ela se manifesta no corpo das pessoas, dessa forma, descobrimos o quanto dependemos uns dos outros para conceber um trabalho”, conta Sara. Para desenvolver essa coreografia, o grupo passou a compor os perso-nagens em dupla.


Durante as apresentações, imagens captadas por João Maria, que também participa do elenco, são projetadas ao fundo. Cenas, ao vivo, das reações da platéia e dos corpos dos bailarinos, revezam-se com um vídeo realizado previamente pelo cinegrafista, abordando temas sociais como o lixo espa-lhado pelas cidades e a pobreza do país.


Iluminados apenas por lamparinas, os personagens se mesclam às diversas linguagens propostas pela diretora. O ambiente remete a um lugar sofistica-do, que pode ser um pub, uma casa de shows ou uma boate. Com pequenos focos de luz e o auxílio de peças vermelhas, que quebram a predominância do preto e do branco, as cenas ganham um realce sutil nos objetos e nos movimentos.


Serviço:  Galeria Olido – Sala Paissandu. Avenida São João, 473 - Centro. De 11 a 14. 5ª a sáb, 20h. Dom., 19h. Tel.: 3397-0171. Grátis