Grupo Nossa Chama entra na roda da Vitrine da dança

Criado na comunidade Samba da Vela, em Santo Amaro, grupo interpreta canções do álbum Nação Brasil dias 2,9, 16, 23 e 30, às 19h

Criados na tradicional comunidade Samba da Vela, em Santo Amaro, os quatro integrantes do grupo Nossa Chama incorporaram, em seu primeiro álbum, Nação Brasil, as principais influências do samba de roda que mistu-ram características regionais baianas, cariocas e da Velha Guarda. Lançado no ano passado, o disco serve de base para o show gratuito que acontece todas as terças-feiras deste mês, às 19h, na Vitrine da Dança da Galeria Olido.

Com a intenção de formar um grupo, Delei (pandeiro) e Japolé  (violão) convidaram Francis Gabriel (cavaco) e Juninho JJ (percussão) para tirar a idéia do papel e começar um trabalho de aperfeiçoamento que levou cerca de sete anos. “O Nossa Chama nasceu somente em 2000, pois precisamos desse período todo para que o grupo chegasse à maturidade e tivesse consci-ência da sua capacidade”, conta Delei. Desde a sua primeira apresentação aos 14 anos, o músico esteve rodeado por sambistas. Com o amigo Japolé, compôs a canção Agora é tarde, faixa do primeiro CD e parte do repertório do show, que conta ainda com músicas de Arlindo Cruz e Almir Guineto. Parceiros nas composições, todos os integrantes são também responsáveis pelos vocais.

Nação Brasil foi lançado pelo selo Ikêatã Brazil e conta com Luizinho 7 Cordas, um dos principais representantes do choro no país, na direção, arranjos e regência. O álbum traz ainda participações especiais de Osvaldinho da Cuíca, na faixa Canto pra Velha Guarda II; de Yvison Pessoa, do Quinte-to Branco e Preto, em Não lhe darei este prazer; e de Almir Guineto, na música Coração em Salgueiro. Guineto, aliás, é uma das grandes fontes de inspiração do grupo, que presta, nessa canção, uma homenagem dupla, ao próprio cantor e ao morro do Rio de Janeiro onde está localizada a escola de samba vermelha e branca. Antes de partir para a primeira gravação, os músicos trabalharam alguns anos com o sambista.


Ainda neste mês, o Nossa Chama entra novamente em estúdio para registrar o segundo trabalho, sob as mesmas influências, com um som ainda mais amadurecido. “Defino a nossa música como um samba tradicional contem-porâneo”, conclui Delei, com uma dessas licenças poéticas possibilitadas pela música.

Serviço: Galeria Olido – Vitrine da Dança. Avenida São João, 473 - Centro. Dias 2, 9, 16, 23 e 30, às 19h. Grátis