Espetáculo do grupo Clandestinos explora sentidos da força

Em 'O animal mais forte do mundo', apresentado entre os dias 9 e 19 deste mês, grupo mescla influências contemporânea e popular

Entre os dias 9 e 19, o grupo Clandestinos apresenta, na Galeria Olido, o espetáculo de dança O animal mais forte do mundo, fruto da pesquisa realizada pelos bailarinos Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira há mais de sete anos.

A nova coreografia faz parte de uma trilogia iniciada em 2008 com o espetáculo O nome científico da formiga. Uma das características do projeto é a pesquisa de linguagem utilizada na concepção das peças. Ao comentar esse aspecto, Ana Catarina revela que os movimentos partiram do registro fotográfico de trabalhos anteriores do grupo. “Reunimos um total de 1.800 fotografias. Delas, selecionamos nove conjuntos com 70 imagens. As duas coreografias nasceram das lacunas que existiam entre uma foto e outra. Conforme analisávamos os movimentos, pensávamos em formas de empregá-los em uma nova colagem”, explica.

Apesar de partir da mesma linha de pesquisa, a coreógrafa ressalta as diferenças entre as obras. “Diferentemente do que aconteceu na primeira parte da trilogia, quando usamos pequenos movimentos inspirados nas formigas, em O animal mais forte do mundo passamos a trabalhar em grupo, executando movimentos realizados conjuntamente por três ou mais bailarinos, nos quais uns dependiam dos outros”, conta.

Contemplado pelo 4º edital de Fomento à Dança, o espetáculo mescla elementos da cultura popular e da dança contemporânea. Ana Catarina explica que a influência popular está diluída na coreografia, em passos tradicionais de ciranda e de cavalo marinho, por exemplo, que surgem tanto executados integralmente como adaptados. Segundo ela, a trilha enfatiza esse conceito ao trabalhar, simultaneamente, sonorizações, músicas e ritmos populares. 

Outro aspecto relevante é o emprego cênico da luz. Além de interagir com a ação sobre o palco, a iluminação se direciona em alguns momentos à platéia, traduzindo a idéia do grupo de que “artista forte” (uma analogia ao título da coreografia) é aquele que se aproxima de seu público.

Serviço: Galeria Olido. Avenida São João, 473 – Centro  (Sala Paissandu). De 9 a 19. 5ª a sáb., 20h. Dom., 19h. Grátis