Tudo pronto. Vai começar o Carnaval Paulistano 2005

Anhembi Turismo e Eventos finaliza os preparativos para os festejos no sambódromo e nos bairros da paulicéia

O Grêmio Recreativo e Cultural Escola de Samba Mancha Verde, cam-peão do Grupo de Acesso em 2004, abre amanhã, sexta-feira, às 22h30, no Pólo Cultural e Esportivo Grande Otelo, nome do sambódromo paulis-tano, os desfiles oficiais das escolas de samba do Carnaval 2005. Nos quatro dias e cinco noites de festejos haverá eventos espalhados por toda a capital, e entre seus organizadores há a expectativa de que este venha a se tornar o maior carnaval da história da paulicéia. No sambódromo Grande Otelo serão quatro noites de desfiles das princi-pais escolas de samba da cidade, com um grande baile de encerramento, batizado de Batalha de Confetes, fechando a festa na noite da terça-feira gorda.

Longe dos holofotes, a festa do povo – Mas, ao contrário do que imagina quem acompanha o carnaval paulistano apenas pelos meios de comunicação, é nos bairros distantes do centro, longe dos holofotes e das câmeras de TV, que vai se divertir o maior número de paulistanos. Assim, enquanto a capacidade máxima de lotação do sambódromo de 30.000 pessoas limita o público das quatro noites de desfile em 120.000 espectadores, nos festejos dos bairros o número de partici-pantes vem crescendo de ano para ano e ultrapassando o do Pólo Cultu-ral e Esportivo Grande Otelo. A festa nos bairros é promovida pela Anhembi Turismo e Eventos e UESP - União das Escolas de Samba Paulis-tanas há oito anos, e os participantes devem doar um quilo de alimen-tos não perecíveis, depois distribuídos a famílias carentes. E de a-cordo com as estimativas da União das Escolas de Samba Paulistanas o público deve ser ainda maior em 2005.

Esse, aliás, foi um dos motivos que levou a UESP a assinar um convênio para a utilização dos 500 metros da reta do Autódromo José Carlos Pacce, no bairro de Interlagos, para o desfile de escolas de samba e a festa do “Bloco Samba na Rua”, na qual brincam todos que fizerem a doação de alimentos, nas noites de domingo, segunda e ter-ça-feira. Nas mesmas noites de 6, 7 e 8, a UESP organizará festas se-melhantes nos bairros de Vila Maria (Av. Guilherme Cotching), Jaguaré (Av. Politécnica), Vila Esperança (Av. Alvinópolis) e Itaquera (Av. Jacu Pêssego).

Três noites de glamour – Um quilo de alimento não perecível dará direito, também, a assistir ao desfile das escolas de samba do Grupo I, na noite da segunda-feira, dia 7, no sambódromo Grande Otelo. Na noite seguinte, no encerramento do carnaval de 2005 na paulicéia, o sambódromo vai se transformar em um grande salão de baile para a “Batalha de Confetes” onde todos poderão brincar, animados por diversas bandas e pelas baterias das escolas de samba.

Mas é nas três primeiras noites de carnaval que o Pólo Cultural e Esportivo Grande Otelo viverá seus momentos de maior glamour. Na sex-ta-feira, dia 4, e no sábado, dia 5, desfilam as escolas de samba do Grupo Especial; no domingo, dia 6, as do Grupo de Acesso, aspirantes a uma vaga na elite do samba paulistano. As 16 escolas de samba que compõem o Grupo Especial são filiadas à Liga Independente das Escolas de Samba, têm 65 minutos para desfilar e número mínimo de 2 mil inte-grantes, as duas últimas colocadas do grupo são rebaixadas e substi-tuídas, no ano seguinte, pela campeã e a vice do Grupo de Acesso.

No ano passado, a campeã do Grupo de Acesso foi a Mancha Verde, identificada com a torcida do Palmeiras, e que por isso abre os des-files deste ano. Na mesma noite desfilam ainda outras sete escolas, entre elas Vai-Vai, Mocidade Alegre e Rosas de Ouro, três das escolas de samba paulistanas com maiores torcidas e vencedoras de vários car-navais. Na noite do sábado desfilam mais oito escolas de samba, entre as quais a X-9 Paulistana, Nenê de Vila Matilde e Camisa Verde e Branco, também campeãs de público e carnavais.

Uma campeã rebaixada – Aquela que seria a grande rival da Mancha Verde não estará, porém, entre as concorrentes do Grupo Especial. A Gaviões da Fiel, duas vezes campeã e identificada com a torcida do Corinthians, vai desfilar no domingo, no Grupo de Acesso, devido a um acidente com um carro alegórico na saída da pista de desfile no ano passado, o que impediu a passagem de suas alas em direção à área de dispersão. Com isso a escola ultrapassou o limite de tempo de 65 mi-nutos e foi punida com a perda de pontos, o que a levou ao rebaixa-mento. Com ela, lutando para retornar ao Grupo Especial estará também a Unidos do Peruche, uma das escolas mais tradicionais da cidade.

O Pólo Cultural e Esportivo Grande Otelo, onde se realizam os desfiles dos grupos Especial e de Acesso foi projetado por Oscar Nie-meyer e é administrado pela Anhembi Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo. Foi inaugurado em 1991, com capacidade para um público de 10 mil pessoas. Em 92, com a conclusão de alguns outros módulos de arquibancada, sua capacidade dobrou. Em 12 de fevereiro de 1996, com todos os setores concluídos, sua capacidade foi ampliada para 30 mil pessoas. O Sambódromo oferece ainda infra-estrutura para shows, even-tos e desfiles, como o de 7 de Setembro, ali realizado desde 98.

O carnaval paulistano movimenta cerca de R$ 25 milhões entre bi-lheteria, alimentação, hotelaria e na confecção dos desfiles, mobili-zando no Pólo até 120.000 pessoas. São mais de 50 setores da economia envolvidos nas festas do mês de fevereiro. Além disso, cerca de 25 mil empregos diretos e indiretos são gerados por conta da folia.