Instalado o primeiro dos 144 estais da nova ponte sobre o rio Pinheiros

Primeira construção em curva e sustentada por hastes da América Latina, a Ponte Estaiada sobre o rio Pinheiros terá 144 estais, que consumirão 500 toneladas de cordoalha de aço, numa extensão de 378 mil metros.

O prefeito de São Paulo vistoriou nesta terça-feira (29/05) as obras de construção da Ponte Estaiada sobre o rio Pinheiros, na Zona Sul, e assistiu à colocação do primeiro estai - conjunto de cabos de aço - que dará sustentação ao complexo. Primeira construção em curva e sustentada por hastes da América Latina, a Ponte Estaiada sobre o rio Pinheiros terá 144 estais, que consumirão 500 toneladas de cordoalha de aço, numa extensão de 378 mil metros.

"Quando se cria mais uma ponte na Marginal Pinheiros, percebe-se um alívio no trânsito nos dois lados da marginal", afirmou o prefeito no canteiro de obras. "Portanto esta é uma obra importante, que precisa ser complementada no futuro com o prolongamento da avenida Jornalista Roberto Marinho, para que tenhamos a ligação direta paralela à avenida dos Bandeirantes, ajudando a fazer com que esse trânsito possa chegar à rodovia dos Imigrantes", acrescentou.

As pontes compartilham um único mastro, com 138 metros de altura, que será o segundo ponto mais alto da Cidade, apenas dez metros mais baixo que o prédio do Banespa, no Centro. A concretagem do mastro, que está com 111 metros de altura, a instalação dos demais cabos de aço para os estaiamentos e a montagem do tabuleiro devem ser concluídos até outubro de 2007. Já a conclusão do complexo viário deve ocorrer em 2008. "Esperamos estar com a obra pronta ano que vem, se possível ainda no primeiro semestre", declarou o prefeito.

As duas pontes têm um comprimento aproximado de 900 metros cada, com dois vãos centrais estaiados de 290 metros. Serão instaladas escadas fixas de aço, com patamares a cada seis metros, para acesso e manutenção do mastro. Simultaneamente à construção do mastro, estão em andamento as obras das alças de acesso à marginal esquerda do rio Piinheiros.

Leilão de Cepacs

A ponte estaiada sobre o rio Pinheiros faz parte do Complexo Viário Real Parque, que integra a Operação Urbana Consorciada Água Espraiada e tem custo total estimado em R$ 233 milhões. No entanto, por se tratar de uma operação urbana consorciada, este valor será financiado pela venda dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs). A emissão dos Cepacs é realizada pela Secretaria Municipal de Finanças, sendo regida pela Lei 13.430, de 13 de setembro de 2002; Lei 13.260, de 28 de dezembro de 2001; pelo Decreto Municipal 44.844, de 14 de junho de 2004; e ainda pelas disposições da instrução da Co-missão de Valores Mobiliários (CVM) número 401, de 29 de dezembro de 2003, e alterações posteriores.

A venda dos Cepacs do Complexo Viário Real Parque já arrecadou R$ 172,8 milhões de 2004 até agora em seis leilões realizados, num total de 449.368 títulos vendidos. "Os recursos obtidos com os Cepacs passam a ser públicos logo que o leilão é realizado e podem ser utilizados em qualquer das obras que integram esta operação urbana. Portanto, o complexo será custeado em grande parte por estes leilões", ressaltou o prefeito. Ontem foi realizado o sétimo leilão. A emissão total autorizada pela CVM é de 3.750.000 Cepacs, totalizando um montante de cerca de R$ 1,125 bilhão.

O Cepac é um instrumento criado pelo Estatuto da Cidade, Lei Federal 10.257, de 10 de julho de 2001, que permite ao Poder Público o finan-ciamento de grandes obras previstas em Operações Urbanas, sem um endividamento do município. Este título mobiliário pode ser comprado não só por construtores, mas pelo mercado investidor, por meio de leilões promovidos pela Prefeitura.

Novas obras

Na Operação Urbana Consorciada Água Espraiada estão previstos ainda o prolongamento da avenida Chucri Zaidan até a avenida João Dias; a construção de viadutos nos cruzamentos da avenida Jornalista Roberto Marinho com as principais ruas e avenidas que a cruzam; de passarelas e de unidades habitacionais. No complexo estão incluídos projetos executivos, obras de arte, infra-estrutura viária, iluminação pública, remanejamento de interferências, terraplenagem, micro e macro drenagem, arruamento, pavimentação e paisagismo.

Também está em estudo o prolongamento da avenida Jornalista Roberto Marinho, que termina na avenida Dr. Lino de Morais Leme, até a avenida Pedro Bueno, de forma a facilitar o acesso às estações Jabaquara e Conceição do Metrô e ao aeroporto de Congonhas. O projeto está sendo desenvolvido pela Empresa Municipal de Urbanização (Emurb).

A ampliação até a rodovia dos Imigrantes envolve desapropriações e remoções de famílias, e terá cerca de 4,5 km. A obra é estimada em R$ 1 bilhão. A execução desta etapa do complexo viário é objeto de convênio entre o Governo do Estado e a Prefeitura, que foi celebrado no ano passado.