Após denúncia, Guarda Ambiental prende comerciante clandestino de aves silvestres

O cativeiro era mantido na Rua Pascoal Valva, Jardim Luso, zona sul da cidade, com 42 pássaros.

Agentes da Guarda Ambiental, da Inspetoria Regional de Cidade Ademar, após denúncia realizada por morador da região, prenderam um comerciante ilegal de animais, que mantinha em cativeiro de aves silvestres, as quais foram apreendidas. Entre as espécies algumas ameaçadas de extinção como: corrupião e pássaros pretos, além de diversas variedades traficadas das regiões Sul e Nordeste do Brasil. Também foram encontradas aves de espécies não identificadas, graças ao cruzamento realizado em cativeiro pelo acusado.

 O autor foi indiciado pelos crimes contra o meio ambiente, contra a fé pública e falsidade ideológica. Ele deverá ser multado inicialmente em um valor estimado de R$ 15 mil pela posse dos três pássaros em extinção. Após a conclusão do Inquérito a multa poderá ser superior a R$ 100 mil, além de detenção, se constatado crime, pela procedência das anilhas. As anilhas são a identidade do pássaro, elas são pequenos anéis invioláveis de alumínio, colocados nas pernas dos filhotes e contêm o ano de nascimento da ave, número do criador e as siglas da Federação e da Sociedade que as emitiu.

 Ele também utilizava anilhas de procedência duvidosa para legalização das aves, as quais servem para a identificação e reconhecimento dos pássaros pelo IBAMA. Nesse caso, o autor não estava cadastrado como anilheiro profissional e realizava o procedimento sem conhecimentos técnicos, causando lesões nas patas das aves. Além disso, o homem mantinha as aves acondicionadas de forma inadequada, em gaiolas incompatíveis ao tamanho dos animais, expostas ao sol por horas ou em salas com pouca ventilação. Por esses motivos ele também foi indiciado pelo crime de maus tratos.

 No local foram encontradas 20 anilhas soltas que ainda seriam colocadas nos pássaros na tentativa de dar legalidade aos mesmos, aumentando assim seu valor de venda. Um corrupião com a identificação, por exemplo, pode chegar a valer até R$ 10 mil. As anilhas também foram apreendidas e enviadas ao IBAMA, para constatação de sua autenticidade, já que possivelmente foram adulteradas. O acusado também utilizava documentação do IBAMA falsificada.

 A ocorrência foi registrada na 2ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania. As aves foram encaminhadas à Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre (DEPAVE), da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente. Lá passarão por quarentena para ressocialização à vida silvestre e, posteriormente, serão reintegradas em seus habitats naturais.

 

Texto: Carina Regina Malfa