Bom sono é essencial para a saúde física e mental

Uso excessivo de celulares e outras telas, estresse, falta de rotina e alimentação inadequada são apenas algumas das causas para os crescentes índices de insônia

Para a saúde, dormir nunca é um desperdício de tempo, uma vez que é durante o sono noturno de boa qualidade que as vivências são armazenadas em nossa memória, permitindo a atenção e o aprendizado, os hormônios se autorregulam, as células se regeneram/revitalizam. Resumindo, é durante o sono que nosso organismo trabalha para manter seu equilíbrio interno.

O sono de boa qualidade, no entanto, anda ameaçado. A Organização Mundial de Saúde estima que 45% da população mundial sofra com algum tipo de distúrbio do sono, e, no caso da população brasileira, as estimativas chegam a mais de 60% de insones ou de pessoas que dormem mal.

A qualidade do sono está relacionada ao chamado ciclo circadiano (a relação do nosso relógio biológico com os ciclos de luz e escuridão do planeta), e é definida por fatores como sua duração (o recomendado são oito horas de repouso por dia) a regularidade (dormir a noite inteira) e os estágios (sono leve, profundo e REM). A insônia pode se apresentar de várias formas: dificuldade de pegar no sono (insônia inicial), acordar várias vezes à noite (intermediária) ou acordar muito cedo (final).

Causas e consequências

A insônia pode ser provocada por múltiplos fatores, desde os físicos (doenças, apneia do sono) até ambientais (barulho, colchão ruim, por exemplo) e psíquicos (estresse, depressão, ansiedade). Hábitos contemporâneos, como a exposição quase ininterrupta a telas (da TV ao celular) e má alimentação (como pedir alimentos pesados e salgados como lanches e pizzas à noite) também influenciam na qualidade do sono.

Alguns sintomas que indicam noites mal dormidas são a sonolência diurna, dificuldades em manter o foco de atenção, problemas de memória, perda ou diminuição da força física, perda de produtividade e irritabilidade. As consequências dos distúrbios do sono ou da insônia crônica, por sua vez, vão da perda de qualidade de vida de uma forma geral ao agravamento ou mesmo surgimento de quadros como hipertensão arterial, depressão e diabetes.

Casos de insônia e distúrbios relacionados, como ronco, podem ser relatados ao clínico geral na Unidade Básica de Saúde (UBS). De acordo com o resultado da avaliação, o médico poderá solicitar exames e, dependendo da situação, encaminhar o paciente para algum especialista como neurologista, psicólogo, fonoaudiólogo, otorrinolaringologista, odontólogo buco-maxilo, psiquiatra e especialistas em medicina do sono.

Dicas para melhorar a qualidade do sono

- Pelo menos duas horas antes de dormir, estabelecer como rotina um tempo sem TV ligada ou celular à mão; é hora de tomar banho, ler e relaxar;

- Se possível, ter sempre um horário regular para se deitar e levantar;

- Evitar comer muito próximo ao horário de dormir, e o consumo de alimentos excitantes ou pesados, além de bebidas alcoólicas ou que contenham cafeína;

- Não realizar exercícios intensos próximo ao horário de dormir, dando preferência a técnicas de relaxamento e meditação;

- Ficar atento(a) a roncos, eles podem indicar que a qualidade do sono não é boa;

- Deixar a luz do sol entrar no quarto, pela manhã;

- Manter as regras inclusive nos finais de semana.

A relação de todas as UBSs da cidade de São Paulo pode ser consultada na página do Busca Saúde