Prefeitura inaugura Central Mecanizada de Triagem Ponte Pequena

Unidade representa avanço importante na coleta seletiva em São Paulo

A inauguração da Central Mecanizada de Triagem Ponte Pequena (Avenida do Estado, 300), nesta quinta-feira (5/6), representa avanço importante no cumprimento de uma das principais metas do prefeito Fernando Haddad para o setor: até 2016, o percentual de coleta seletiva em São Paulo aumentará dos atuais 2% para 10%.

Além do prefeito Fernando Haddad, o evento contou com as presenças, entre as autoridades, da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; do secretário de Serviços, Simão Pedro; e do presidente da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), Silvano Silvério da Costa. O ato contou ainda com a participação de representantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. Orçada em cerca de R$ 26 milhões, a unidade empregará 50 cooperados e processará 250 toneladas diárias de resíduos recicláveis. Anualmente, serão 80 mil toneladas.

Para o prefeito Haddad, a Prefeitura inova ao aliar o aumento de processamento de resíduos a ganhos sociais. “Esta central é pioneira no mundo porque tem uma perspectiva socioambiental. Ela inclui os catadores manuais, que eram vistos até outro dia como cidadãos de segunda classe. Agora são operários de uma indústria de ponta, com os equipamentos mais modernos do mundo”, afirmou Haddad.

“Muita gente fala dos modelos internacionais, mas agora temos o melhor da tecnologia em São Paulo com uma novidade: a participação dos catadores. Não é só uma meta de reciclagem, é a exigência do aumento de qualidade de vida, o respeito a todos os estratos sociais, e agora todos vão poder reciclar”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Segundo Luiza Maria Honorato, do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), existem em São Paulo cerca de 20 mil catadores de material reciclável. “Nós estamos no caminho correto. Os catadores descobriram que o lixo é sustentabilidade e dá renda para quem precisa. A sociedade precisa saber que a receita da inclusão social é darmos as mãos em torno daquilo que nós chamamos de lixo”, disse Luiza.

Para Simão Pedro, a inauguração da central é uma conquista muito importante e um compromisso do prefeito Fernando Haddad. "Chegamos até aqui com muito diálogo, cumprindo um compromisso do nosso prefeito de ampliar a coleta seletiva de 1,8 para 10%. Isso vai gerar emprego e renda para os catadores, que estarão incluídos no mercado de trabalho. Será um ganho tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental", frisou.

O presidente da Amlurb, Silvano Silvério, destaca que, “além de criar condições para alavancar a coleta seletiva em São Paulo, as centrais vão incluir os catadores”.

Concessionária do serviço de coleta domiciliar nas zonas Norte e Oeste da cidade, a empresa Loga é responsável pelo empreendimento, construído em cerca de seis meses. Instalada em área de 3 mil metros quadrados que inclui Estação de Transbordo, a Central Mecanizada conta com leitores óticos, que separam os materiais por tipo e cor. Outros destaques são as esteiras automatizadas e o Trommel, equipamento que faz a separação dos resíduos por dimensão.

Ao final do processo, materiais como plásticos e papel sairão já prensados e prontos para a comercialização. A estimativa de receita líquida mensal é de R$ 1,6 milhão. “É um salto histórico na área da reciclagem em São Paulo. Em apenas um ano, houve a decisão de fazer as centrais, a aprovação e a realização da obra. É um recorde”, frisou o secretário Simão Pedro.

Santo Amaro

Até a primeira quinzena de julho, entrará em funcionamento a Central de Triagem Santo Amaro, construída na Avenida Miguel Yunes pela concessionária Ecourbis (responsável pela coleta domiciliar nas zonas Sul e Leste), em terreno de 3.500 metros quadrados. O local também terá capacidade de processamento de 250 toneladas e receita igual à da unidade da Loga.

São Paulo ganhará outras duas centrais mecanizadas até 2016, nos mesmos moldes. A construção de todas as unidades não resultará em custos para a municipalidade, já que as obras fazem parte dos investimentos previstos nos contratos entre a Prefeitura e as concessionárias.