Atletas norte-americanas falam sobre mulheres e liderança no esporte

 

 

Determinação para alcançar o que se quer: essa foi a mensagem transmitida pelas atletas norte-americanas Ashley Huffman e Lorrie Fair para dezenas de mulheres que participaram do evento “Mulheres nos Esportes: Inclusão e Empoderamento”, realizado na última quinta-feira (25). Promovido pelas Secretarias de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e de Esporte, Lazer  (SEME) em parceria com o Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, o encontro com as atletas promoveu uma perspectiva diferenciada da utilização do esporte como ferramenta na busca de igualdade de gêneros.

Durante a palestra, Ashley Huffman – que foi co-capitã do time de basquete feminino pela Eastern Ketntuchy University e uma das fundadoras do Centro de Esporte, Paz & Sociedade da Universidade do Tennessee – disse que em todo o mundo os problemas da sociedade afetam com mais frequência as mulheres, sendo raras as ocasiões em que as encontramos em posições de liderança, inclusive nos Estados Unidos. “E é no esporte que aprendemos lições importantes como trabalho em equipe, colaboração, competitividade e de que modo passarmos pelas dificuldades, nos reerguermos e continuarmos. São essas lições que ajudam a nos tornarmos líderes na vida”, explicou.

Lorrie Fair, ex-jogadora de futebol pelos times do Philadelphia Charge, Olympique Lyonnais (França) e Chelsea FC (Reino Unido), falou sobre a necessidade de investimentos no futebol feminino. “Quando estava na seleção sempre dizíamos que se o Brasil investisse mais no futebol feminino com certeza a seleção brasileira ganharia sempre. Mas também não foi tão fácil para os Estados Unidos; mesmo que pareça que temos mais investimentos, três ligas profissionais femininas não foram para frente não por falta de apoio dos fãs, mas sim por falta de um bom plano comercial”, disse.

Para a jogadora, a vantagem do Brasil sobre os EUA é a cultura do futebol. A desvantagem é um apoio bem maior direcionado à modalidade masculina. “Vi a mudança acontecer nos Estados Unidos porque a seleção feminina estava muito determinada e conseguiram patrocínio. Ainda assim, a cada dólar gasto pela Federação, 90 centavos eram do time masculino e apenas 10 centavos iam para as meninas. A justificativa era que o time feminino já estava ganhando e, portanto, era necessário investir no masculino”. Com uma greve organizada, elas conseguiram reverter a situação.

Participaram do encontro a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloisa Arruda, a secretária adjunta da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, Ana Lídia Santana Schroeder, e a Cônsul Diretora da Seção de Imprensa, Educação e Cultura do Consulado dos EUA, Corina Sanders.