Hoje, 29 de agosto, celebra-se nacionalmente o Dia da Visibilidade Lésbica. Esta data foi escolhida a partir do período de realização do primeiro Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), que aconteceu em 29 de agosto de 1996. Aquele encontro reuniu cerca de 100 mulheres, no Rio de Janeiro, para discutir uma pauta específica de interesse de mulheres lésbicas, o que já apontava a falta de reconhecimento destas na sociedade em geral e também no Movimento LGBT. A própria passagem do L para frente do G na sigla LGBT é um desdobramento dos debates iniciados a partir desses encontros, ao pautar dentro do próprio movimento um compromisso com a causa das mulheres que se identificam como Lésbicas e com o combate ao machismo. A ideia de se usar o termo “visibilidade” objetiva colocar em cena questões pertinentes a mulheres lésbicas e bissexuais, para que elas sejam reconhecidas na vida social como sujeitos de direitos, como cidadãs. Também sublinha a invisibilidade destas mulheres nos meios de comunicação, no mercado, para o Estado e até mesmo dentro do ativismo mais amplo.

Apesar destes debates, ainda é notória nos dias de hoje a invisibilidade das relações entre mulheres, assim como as demandas de mulheres lésbicas e bissexuais, em nossa sociedade. Questões específicas relativas à violência, saúde, educação, cultura, lazer, etc., que afetam a esta população continuam pouco trabalhadas e as políticas públicas ainda parecem contemplar pouco ou nada as demandas especificas das mulheres que se relacionam com mulheres.

Pautad@s pelo reconhecimento desta ausência de espaços e políticas dirigidas a mulheres lésbicas e bissexuais, realizamos pela primeira vez, em parceria com a Coordenação de Políticas LGBT da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, no dia 24 de agosto de 2013, o Encontro Municipal de Mulheres Lésbicas e Bissexuais, respeitando demandas trazidas pelos movimentos sociais e pela sociedade civil mais amplamente. O evento objetivou iniciar um diálogo que resulte em ações que garantam a esta população uma melhoria dos serviços ofertados pela PMSP. Para tanto, ouvimos as demandas de todas as participantes e elaboramos uma Carta Aberta do Encontro, a ser divulgada em breve.

Desejamos que o dia de hoje signifique uma diminuição da invisibilidade que historicamente atinge às mulheres lésbicas e bissexuais em nossa cidade. Reiteramos nosso compromisso para dar continuidade a ações que contribuam para a criação e efetivação de políticas públicas dirigidas às mulheres lésbicas e bissexuais, trabalhando assim para a diminuição dos preconceitos e discriminações que atingem especificamente a esta população.

(via Assessora de Políticas LBT, Coordenação de Ações Temáticas, Secretaria Municipal de Políticas Para as Mulheres)