Arquivo Histórico de São Paulo sediará a Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura

Espaço foi cedido pela Secretaria Municipal de Cultura. Futura comissão é vinculada à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania

Fachada do Arquivo Histórico de São Paulo (AHSP)

A Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo será instalada no Edifício Ramos de Azevedo que integra, hoje, o conjunto de edificações que sediam o Arquivo Histórico de São Paulo (AHSP), no Bom Retiro, e acaba de ser restaurado. O espaço que sediará a Comissão foi gentilmente cedido pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC), atual gestora do Arquivo. 

Desde a sanção da lei que criou a Comissão (Lei 16.012/2014), no dia 16 de junho, a Coordenação de Direito à Memória e à Verdade (CDMV) da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania vem empreendendo esforços para encontrar um local adequado para o funcionamento do novo órgão vinculado à SMDHC.

O espaço foi escolhido por seu forte simbolismo e importância estratégica: além de estar prestes a receber todo o acervo documental da Prefeitura até 1975 (leia mais), que será a fonte primária das investigações da Comissão, o Arquivo Histórico de São Paulo está localizado próximo ao pórtico que restou do antigo Presídio Tiradentes, por onde passaram diversos presos políticos, entre os quais a presidente Dilma Rousseff e a ministra de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.

Dependências do Arquivo Histórico de São Paulo (AHSP)

Na terça-feira, dia 22, os secretários Rogério Sottili (SMDHC) e Juca Ferreira (SMC), acompanhados do Diretor do AHSP, Afonso Luz, da coordenadora de Políticas de Direito à Memória e à Verdade da SMDHC, Carla Borges, e de Rui Barbosa de Alencar, ex-preso político e supervisor-geral de Administração e Finanças da SMDHC, visitaram o local que será sede da Comissão, para avaliar as adaptações necessárias. “Essa parceria com a Secretaria Municipal de Cultura para a instalação da Comissão é muito fortuita. O simbolismo que este local carrega ajudará a criar a atmosfera necessária ao trabalho da Comissão, que se debruçará justamente sobre a história da Prefeitura durante a ditadura civil-militar”, disse o secretário Sottili.

Da esq. para a dir.: Rogério Sottili, Carla Borges, Afonso Luz, Rui Barbosa de Alencar e Juca Ferreira

A inauguração da Comissão está prevista para setembro. Seu objetivo é buscar esclarecimentos sobre o papel e envolvimento do executivo municipal durante a ditadura civil-militar, e garantir ao cidadão o direito à verdade sobre as graves violações dos direitos humanos ocorridas na época. Leia aqui sobre a comissão da verdade.