Museu da Cidade de São Paulo recebe mostra com curadoria de Nabor Jr.

Evento acontece de 7 a 9 de novembro no Auditório do Solar da Marquesa de Santos

O Microfestival de Cinema Negro Paulistano – Homens na Direção, ação integrante da exposição Intersecções – Negros(as), Indígenas e Periféricos(as) na cidade de São Paulo, apresenta, como o próprio nome sugere, um microrrecorte da produção cinematográfica de homens negros atuantes na cidade de São Paulo. Ari Cândido Fernandes, Billy Castilho e Guilherme Botelho, homens de diferentes gerações e com as respectivas particularidades em seus conceitos estéticos quando o assunto é direção cinematográfica, apresentam um recorte de suas produções nesse encontro. Após a exibição dos filmes ocorrerá um bate-papo com os diretores Billy Castilho e Guilherme Botelho e com o curador Nabor Jr.. O Microfestival de Cinema Negro Paulistano – Homens na Direção homenageia também o cinema do veterano Ari Cândido Fernandes (1951-2023). Falecido no último mês de agosto, Ari foi um dos expoentes do movimento negro e, desde muito jovem, dedicou-se às artes, com especial produção vinculada à fotografia (é considerado o primeiro fotojornalista de guerra negro do País) e ao cinema, onde se destacam os premiados Martinho da Vila, Paris 1977, Por que a Eritreia? (1979), O Rito de Ismael Ivo (2003), O Moleque (2005), Pacaembu – Terras Alagadas (2006) e Jardim Beleléu (2009).

Curadoria: Nabor Jr.

 

SOBRE OS DIRETORES

Ari Cândido Fernandes: Nascido em Londrina, no Paraná, Ari Cândido Fernandes (1951-2023), cursou cinema na Universidade de Brasília. Em 1971, ameaçado pela ditadura, partiu para a Suécia. De Estocolmo foi para Paris, onde, a partir de 1975, continuou sua formação em cinema na Nouvelle Sorbonne. De volta ao Brasil, viveu desde o início dos anos 1980 na cidade de São Paulo. Lecionou Fotojornalismo na UNITAU-Taubaté e na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo. Atuou também como Assessor para Assuntos Afro-brasileiros na Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo de 1983 até 1987. Dirigiu os premiados curtas-metragens Martinho da Vila, Paris 1977 (1977), Por que a Eritreia? (1979), O Rito de Ismael Ivo (2003), O Moleque (2005), Pacaembu – Terras Alagadas (2006) e Jardim Beleléu (2009). Com atuação como repórter fotográfico de guerra nos anos 1970 ( foi fotógrafo nas Agências GAMMA- PARIS e CAMERA PRESS – LONDRES) e participação no movimento Dogma Feijoada — movimento de diretores e profissionais negros do audiovisual de São Paulo que, desde o final da década de 1990, preconizava a necessidade de ressignificar as imagens e as representações sobre o negro no cinema brasileiro. Ari é um dos principais representantes do cinema negro brasileiro.

Guilherme Botelho: Bacharel em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); Mestre em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), autor do livro Quanto vale o show? O fino Rap de Athalyba-Man, diretor do documentário Nos Tempos da São Bento; DJ desde 1995 e membro do coletivo de Hip Hop SUATITUDE.

Billy Castilho: Estudou Arquitetura e Urbanismo na Faculdade Belas Artes de SP, mas trocou o diploma no 10º semestre por acompanhar o icônico grupo de teatro Asdrubal Trouxe o Trombone. Diretor de arte com uma sólida e premiada carreira de mais de 30 anos atuando na publicidade e no audiovisual, Billy participou também das empreitadas iniciais do Dogma Feijoada.


SINOPSES

Jardim Beleléu
Adaptação livre e autorizada do pequeno conto Não Era Uma Vez, do escritor Cuti (pseudônimo de Luís Silva). Conta a história de um metalúrgico que é assaltado num ônibus e perde o salário do mês. Um dia avista um dos assaltantes e o persegue, só que sua vingança acaba não se concretizando. O elenco é formado por José Wilker, Flávio Bauraqui e Thalma de Freitas. O filme é uma homenagem ao músico e compositor Itamar Assumpção.
Ficha técnica
Direção e roteiro: Ari Cândido Fernandes
Edição de som: José Melito
Direção de produção: Toni Domingues
Produção executiva: Caio Vecchio
Montagem: Eduardo Noronha Zappa, Gerson da Conceição Manu Bantu
Arte: Tatiana Garcia
Duração: 15min
Ano: 2009
Links:
JARDIM BELELÉU: https://www.youtube.com/watch?v=9zFsb5rl0Q4
JARDIM BELELÉU: https://www.youtube.com/watch?v=DIQq-Q5huMw


O Rito de Ismael Ivo
Conta a vida do bailarino negro Ismael Ivo, por meio de performances e depoimentos sobre a dança e as dificuldades sociais enfrentadas para superar obstáculos e atingir uma posição satisfatória na profissão. Vindo de uma família pobre da periferia de São Paulo (SP), Ismael deixa o Brasil no início da década de 1980 e torna-se famoso e consagrado artista no exterior.
Ficha técnica
Direção, roteiro e edição: Ari Cândido Fernandes
Direção de arte: Billy Castilho
Som: Artur Bandeira e Lia Camargo
Edição de som: Edu Felistoque
Montagem: Cristina Amaral
Produção: ZYD Produções e Bambu Filmes
Duração: 12min
Ano: 2003
Links:
O Rito de Ismael Ivo: https://www.youtube.com/watch?v=PtO641ojr90&t=11s
O Rito de Ismael Ivo: (sem legendas): https://vimeo.com/211241455
O Rito de Ismael Ivo: https://www.dailymotion.com/video/x24ivwj
O Rito de Ismael Ivo: https://curtadoc.tv/curta/artes/o-rito-de-ismael-ivo/


Nos tempos da São Bento
Documentário que busca a memória coletiva do hip-hop. Um dos intuitos é resgatar a memória daqueles que fizeram a história do hip-hop, que ocupou durante vários anos um espaço no Metrô São Bento, no Centro da cidade de São Paulo. Minuciosa, a estrutura discursiva nos leva ao conflito com o esquecimento; o ato social de se apagar fatos, pessoas e grupos da história. É justamente esse conflito, apresentado por meio do exercício da narrativa, que se transforma em ação dramática, onde a personagem principal é a memória coletiva.
Ficha técnica
Direção: Guilherme Botelho
Produção: SUATITUDE
Direção de fotografia: Cassimano
Direção de Arte: Cassimano
Coprodução executiva: Dj Alam Beat
Apresentação: Dugueto Shabazz
Narração: Paulo Brown
Edição: Mateus Subverso
Trilha sonora (responsável): Dj Hélio Branco
Arte: Zero 4
Duração: 152min
Ano: 2010
Links
Nos Tempos da São Bento: https://www.youtube.com/watch?v=z8FtIypGeVs
Nos Tempos da São Bento: https://www.youtube.com/watch?v=jtkND9L4IK

Ordinária
Gravado durante uma festa em São Paulo no final dos anos 1990, o curta-metragem é repleto de figuras conhecidas da noite paulistana do período, fazendo caricaturas delas mesmas. Ordinária marcou a estreia em direção de filmes do superpremiado publicitário Billy Castilho.
Ficha técnica
Direção: Billy Castilho
Arte: Billy Castilho, Beto Grimaldi, Claudio Amorim, Marta Lopes
Trilha sonora: Laura Finocchiaro
Produção: Zero Filmes
Duração: 19min
Ano: 1997
Links
Ordinária: https://vimeo.com/10268396
Ordinária: http://tupyx.ca/pt/portfolio/ordinaria-pt/
Ordinária: https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=p1HWmxCTwaM


SOBRE A EXPOSIÇÃO
Intersecções – Negros(as), Indígenas e Periféricos(as) na cidade de São Paulo, exposição com curadoria de Adriana Barbosa, Nabor Jr, e Eleilson Leite. Em cartaz no Solar da Marquesa de Santos e na Casa da Imagem. Terça a domingo, das 9h às 17h.


SERVIÇO

Microfestival de Cinema Negro Paulistano - Homens na Direção
Curadoria: Nabor Jr.

PROGRAMAÇÃO

07 de novembro (terça-feira), às 15h
Jardim Beleléu (2009, 15min) e O Rito de Ismael Ivo (2003, 12min)
Direção: Ari Cândido Fernandes
Conversa com Nabor Jr.

08 de novembro (quarta-feira), às 15h
Exibição do curta: Ordinária (1997, 19min)
Direção: Billy Castilho
Conversa com Billy Castilho
Mediação: Nabor Jr.

09 de novembro (quinta-feira), às 14h
Exibição do documentário: Nos tempos da São Bento (2010, 152min)
Dir.: Guilherme Botelho
Conversa com Guilherme Botelho
Mediação: Nabor Jr.

LOCAL
Auditório do Solar da Marquesa de Santos/Museu da Cidade de São Paulo
Rua Roberto Simonsen, 136
Sé, São Paulo - SP