A Princesa e o Mar, com músicas de Dorival Caymmi, fala sobre a escolha de lutar por seus sonhos

Espetáculo acontece de 30 de setembro a 15 de outubro no Teatro Alfredo Mesquita

A peça teatral A Princesa e o Mar sobe aos palcos do Teatro Alfredo Mesquita entre os dias 30 de setembro a 15 de outubro. A história fictícia é resultado da combinação artística de Helena Ritto e Fabio Brandi Torres, que se inspiraram nas músicas de Dorival Caymmi para montar o espetáculo musicado. Na trama, a princesa, Morena Rosa, escolhe entre as certezas da vida no castelo como esposa de príncipe e as incertezas da vida ao lado do mar.

Canções de Dorival Caymmi foram reinterpretadas, em sua composição, para encaixar na história e criar momentos de emoção na obra. Porém, inicialmente, a contação de história não tinha essa trilha sonora e só com a ideia original de Helena Ritto que permaneceu. “Você pensa em mar e em MPB, acaba desaguando em Caymmi, inevitável", comenta Fabio Brandi Torres, diretor e dramaturgo da peça. "Na hora que colocou ficou bom, porque não colocar tudo e fazer uma trilha inteira de Caymmi?”. Com a nova adição sonora, também houveram mudanças na história, adaptando-a para ter harmonia com a música. Além disso, a mudança trouxe outras oportunidades para o público infantil. “Tem crianças que estão escutando Caymmi pela primeira vez, isso é muito bacana, porque a gente pode servir como veículo de uma das grandes vozes e presença do MPB”, relata Fabio.

Na história, vivem no reino a princesa, Morena Rosa; seu pai, o Rei João Valentão; o escudeiro, seu Bobó de Camarão; além de súditos e músicos. Rosa é uma moça corajosa e tem uma paixão pelo mar tão grande que está disposta a recusar o casamento com o príncipe prometido para ficar eternamente em contato com as ondas. E para realizar tal feito, ela transforma-se em areia para formar a praia daquele lugar. “Ela é apaixonada pelo mar e quer viver essa paixão, hoje. Tem muito essa conexão com o presente, mas com o presente que você quer, que você vai brigar pra conseguir”, explica Fabio. “É mais ou menos o que a gente vive, quando escolhemos pelo incerto que o mar simboliza”. Esse jogo de contrários que monta a metáfora da peça, da certeza de algo sólido como o castelo e suas torres contra a incerteza do líquido, o mar. “Então a gente quer passar que você pode sonhar, você pode desejar, né? Com todos os riscos que vem junto”.

A Princesa e o Mar foi contemplada pela 16ª edição do Prêmio Zé Renato, da Secretaria Municipal de Cultura, e isso foi essencial para realizá-la. “Olha só, para você ter uma ideia, essa peça fazia mais de dez anos que a gente tentava montar”, confessa Fabio. “Conversamos com várias equipes, mas não tinha como viabilizar e só conseguimos com o Prêmio Zé Renato”. Para pessoas assim como Fabio que trabalham com a cultura e estão sempre cheias de ideias artísticas, os prêmios de fomentos são indispensáveis. “A gente tem oportunidade de fazer o espetáculo de graça, com uma média de 150 pessoas. Isso é muito gratificante. Uma peça infantil com uma casa praticamente cheia. Se fossem outras circunstâncias a gente com certeza não conseguiria.”

Por Marcelo Lustosa

l TEATRO ALFREDO MESQUITA l

A Princesa e o Mar
30/09 a 15/10
Sábado e domingo 16h
50 minutos
Livre
Gratuito / ingressos 1 hora antes
Em um reino distante, construído em cima de rochas e cercado pelas águas, uma princesa fascinada pela imensidão e pela beleza do oceano, se apaixona
perdidamente pelo mar. Por isso, ela se recusa a casar com um príncipe a quem está prometida e é presa nas três torres do castelo. A única forma de sair de lá será se transformando em algo surpreendente.
Ficha técnica:
Dramaturgia: Helena Ritto e Fabio Brandi Torres
Elenco: Helena Ritto, Jonathan Faria e Leandro Goulart
Músicos: Clara Kok e Renato Murakami
Direção: Fabio Brandi Torres
Cenário, Figurinos e Adereços: Kleber Montanheiro