“Cinema du Look” exibe filmes de Luc Besson, Leos Carax e Jean Jacques Beinex

Produções como “Holy Motors” e “Nikita - Criada para Matar” estão na mostra em cartaz entre os dias 12 e 17 de fevereiro, no Centro Cultural São Paulo

Na tela, o público acompanha um homem em uma limusine. A cada parada, a lógica é abandonada e tudo se transforma - inclusive o protagonista. Esse é “Holy Motors”, o filme mais recente e experimental de Leos Carax. O longa-metragem obriga o espectador a viver uma experiência intensa, que desafia as expectativas tradicionais sobre uma obra cinematográfica. O diretor, junto com Luc Besson e Jean Jacques Beinex, é um dos mais relevantes nomes do chamado “Cinema du Look”. Entre os dias 12 e 17 de fevereiro, o Centro Cultural São Paulo traz aquela e outras importantes produções dos três cineastas, com sessões a preço popular (R$ 2).

Segundo o curador Carlos Gabriel Pegoraro, esse cinema não é considerado um movimento propriamente dito, mas sim uma classificação cunhada pelo crítico Raphael Bassan a respeito de alguns filmes franceses realizados na década de 1980. “Não havia manifestos, encontros, reuniões ou nada que justificassem ser um movimento. Foi algo inconsciente, motivado talvez pela euforia noturna que dominava a França nos anos 80”, afirma.

Célio Franceschet, outro curador da mostra, explica algumas das peculiaridades observadas nos longas-metragens dos três cineastas. “Segundo Bassan, esses diretores valorizavam o estilo, sobrepujando, muitas vezes, a narrativa”. Outra característica é o foco em personagens marginais. “Eram anti-heróis e párias da sociedade que tinham uma vida escondida entre estações de metrô e ruelas noturnas cheias de vapor e neon”, completa.

Utilizado também para classificar filmes como “Nikita - Criada para Matar”, de Besson; e “Boy Meets Girl”, de Carax; o termo “du Look” representava, para Bassan, uma estética marcante e extravagante. “Tratava-se da capacidade de estilizar o filme a tal ponto que este, apenas por isto, se justificasse como obra de arte”, diz Franceschet. A mesma importância dada ao visual encontra hoje ressonâncias no estilo de cineastas como Guy Ritchie e Quentin Tarantino, por exemplo.

Por Gabriel Fabri

Confira a programação completa: http://centrocultural.sp.gov.br/site/eventos/evento/cinema-du-look/