Ópera “Pelléas e Mélisande”, de Claude Debussy, retorna ao Theatro Municipal

Dois irmãos e uma bela mulher vivem um triângulo amoroso no espetáculo que estreia dia 12

“Escreva aí: se hoje o Theatro Municipal de São Paulo tem um palco giratório, é graças a mim”. Quem afirma isso, é o encenador teatral Iacov Hillel, diretor da ópera #Pelléas e Mélissande#, de Claude Debussy, que volta a esse palco a partir do dia 12 de outubro.

A primeira montagem estreou em 2012 e necessitava desse recurso cênico para transmitir à plateia a sensação da passagem de tempo, com os locais das ações se sucedendo sem interrupção. “Para adquiri-lo, suprimi tudo que considerava supérfluo na produção, até chegarmos a uma versão minimalista. Afinal, uma obra de caráter simbólico e sensorial como esta não pede cenários grandiosos e realistas”, diz Hillel. “Os cenários são apenas sugeridos, como é o caso do uso de projeções de obras de pintores impressionistas, associadas à iluminação adequada, que explora os contrastes claro/escuro. Isso tudo, combinado com a música, despida de grandes árias e temas orquestrais.”

A soprano Rosana Lamosa protagoniza novamente Mélisande. Para a cantora, esse papel é o mais difícil de todas as óperas -e foram muitas- das quais já participou. “É uma história aparentemente banal: eu me caso com um homem mais velho [Golaud], me apaixono pelo irmão jovem dele [Pelléas], que é morto pelo meu marido quando este percebe que foi traído”. Segundo a soprano, por de trás dessa trama, inspirada na peça do dramaturgo belga Maurice Maeterlinck, existe toda uma atmosfera de sonho e sutilezas românticas. “É preciso transmiti-las não à cabeça, mas ao coração do espectador.”
O barítono chinês Yunpeng Wang interpreta Pelléas e o baixo-barítono norte-americano Stephen Bronk, Golaud.

Apresentações
80 min. 12 anos.
| Theatro Municipal de São Paulo. Dia 12, 17 e 19, 20h. Dias 14 e 21, 18h. R$ 20 a R$ 120