Saguão do Teatro Arthur Azevedo recebe apresentações de choro

Grupo Serau, Ruas e Nascimento abre a temporada de 2018

 Pixinguinha, Radamés Gnattali, Tom Jobim e Jacob do Bandolim têm algo em comum: além de serem grandes instrumentistas e compositores da música brasileira são “chorões”, apelido que ganham os intérpretes do choro, esse ritmo musical tipicamente brasileiro.

A partir deste mês, o Teatro Arthur Azevedo, na Mooca, volta a receber shows intimistas com grupos que se revezam em seu saguão, dando um caráter descontraído à apresentação, quase como um encontro de amigos em que o público também participa.

O grupo que dá início à temporada 2018 é o Serau, Ruas e Nascimento, que apresenta o show Outros Choros no dia 3, às 18h. O trio é formado pelo violonista Paulo Serau, o pianista Luciano Ruas e o saxofonista e flautista Rodrigo Nascimento.

A história de Serau com o choro remete à sua infância. “Quando eu ainda era pequeno, com cerca de 9 ou 10 anos, eu já queria tocar violão e comecei a aprender com um professor do meu bairro que dizia que eu devia começar com chorinho para me tornar um bom músico. Foi o que fiz”, relembra.

Acostumado a se apresentar em dupla, desta vez ele e Ruas decidiram convidar Rodrigo Nascimento para incrementar a apresentação. “Ele é dessa nova leva de bons instrumentistas de sopro. Rodrigo tem um timbre lindo de saxofone alto, toca muito bem flauta e clarinete”, explica.

Para formatar o repertório desta apresentação que tem cerca de uma hora, o trio –que não é uma formação tradicional de choro– buscou afinidades entre os gostos particulares de cada um.

No dia 3 de março, quem se apresentará no Teatro Arthur Azevedo será o projeto Brincando de Chorinho.

O choro e a cidade

Por sua origem nas camadas populares do Rio de Janeiro no fim do século XIX, o choro começou a ser interpretado por músicos que trabalhavam em outras funções durante o dia e se reuniam nos subúrbios à noite para improvisar.

Para muitos dos intérpretes do gênero, este poderia ser definido como um lamento marcado pelo virtuosismo de seus músicos. Para transformar o lamento em som, contudo, era preciso recorrer à flauta, violão, cavaquinho e, por vezes, até mesmo a um pandeiro.

Mais de 100 anos se passaram e hoje o choro é um gênero musical estabelecido e reconhecido internacionalmente. Na Flórida, por exemplo, existe um grupo formado por brasileiros chamado Chorões de Orlando. Seus shows atraem um público sempre atento às obras autorais dos músicos e dos clássicos dos grandes mestres do chorinho.

Por Giovanna Longo

Serviço: | Teatro Arthur Azevedo. Av. Paes de Barros, 955, Mooca, Zona Leste | tel. 2605-8007. Dia 03/02, 18h. 60 min. Livre. Grátis (sem necessidade de retirada de ingresso)