Conto de Hans Christian Andersen vira peça de Teatro de Papel

Espetáculo “Elisa e Os Cisnes Selvagens” chega dia 28 no Teatro João Caetano

Autor de contos de fadas icônicos como A Pequena Sereia e A Rainha da Neve, o dinamarquês Hans Christian Andersen tem uma de suas histórias levada ao palco do Teatro João Caetano no mês de julho. O espetáculo infantojuvenil Elisa e Os Cisnes Selvagens, da Cia. Teatro Por Um Triz, adapta o conto Os Cisnes Selvagens, publicado em 1838. As apresentações são gratuitas e têm início no dia 28.

A peça conta a história de Elisa, uma princesa que é expulsa de seu reino pela nova madrasta e forçada a viver como camponesa, enquanto seus onze irmãos são transformados em cisnes. Para retratar toda a magia do conto de Andersen, a companhia optou por utilizar técnicas envolvendo o Teatro de Papel, usando técnicas como as de origamis e kirigamis, entre outros. “Esse material nos oferece muitas possibilidades de exploração e buscamos, para cada passagem da história, um uso diferente dele”, explica o diretor Péricles Raggio. Um exemplo prático é a distinção entre os dois reinos do conto: em um deles, os personagens são silhuetas bidimensionais, como em um livro pop-up; no outro, caixas são utilizadas para dar forma tridimensional a eles. O mesmo vale para os cenários.

A técnica do Teatro de Papel não só ajuda a recriar o clima lúdico e poético do conto, mas também traz significados para a história. “O papel pode ser resistente ou frágil, assim como os personagens deste conto”, conta Raggio. Ele exemplifica com a passagem na qual os onze irmãos se unem para atravessar o mar, voando com Elisa em uma rede. “Nessa cena, a fragilidade e a resistência destes irmãos está presente o tempo todo”, completa.

Entre as questões abordadas no espetáculo, a principal é a aceitação de quem é diferente – uma vez que, no conto original, Elisa é condenada por supostamente ser bruxa. “Acreditamos que é importante que a criança desenvolva a empatia e a solidariedade para com as pessoas, e que esses sentimentos precisam ser revigorados nos adultos”, afirma o diretor. Outros temas pertinentes são: primeiro, a questão dos imigrantes, quando os irmãos, transformados em aves, são obrigados a deixar seu reino por causa do clima; depois, a existência de um poder político manipulador, simbolizado no personagem que condena Elisa à fogueira.

Por Gabriel Fabri

Serviço: | Teatro João Caetano. Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino. Próximo da estação Santa Cruz do metrô. Zona Sul. | tel. 5573-3774 e 5549-1744. De 28/7 a 26/8. Sáb. e Dom., 16h. Livre. Grátis