Nos Estados Unidos dos anos 1950, um jovem latino é acusado de matar o próprio pai. Seu destino fica na mão de um júri popular, composto por 12 homens escolhidos aleatoriamente. Enquanto a maioria está decidida a condená-lo à morte, um deles começa a questionar se o jovem de fato cometeu o crime. O veredito, porém, precisaria ser unânime para condená-lo ou não.

 
Essa é a premissa de “12 Homens e Uma Sentença”, peça escrita para a televisão em 1954 por Reginald Rose e adaptada com o mesmo nome ao cinema em 1957 por Sidney Lumet (de “Rede de Intrigas”). Com direção de Eduardo Tolentino de Araujo, do Grupo TAPA, a peça ganhou em 2010 uma montagem que venceu o prêmio APCA de Melhor Espetáculo. A encenação pode ser vista a partir do dia 19 de janeiro no Teatro Arthur Azevedo, a preço popular (R$ 20).

Para o diretor, o principal tema de discussão do texto é a própria lei – e, por consequência, o trabalho necessário para manter uma democracia funcionando. “É preciso esgotar os assuntos, esmiuçar até que as primeiras impressões e preconceitos sejam superados”, afirma Tolentino. “Nada mais oportuno no mundo de hoje, sobretudo no Brasil.”

O grupo optou por seguir o roteiro original da peça sem grandes alterações. “Adaptar para a realidade brasileira não faria o menor sentido”, explica o diretor. “Aqui não tem pena de morte, e isso na peça é central”. Ele acrescenta que uma das grandes diferenças quanto ao filme, também fiel ao texto de Rose, é que no teatro o público não tem seu olhar condicionado pela montagem dos planos, como no cinema. “No filme, o corte e a edição determinam o olhar do espectador”, conclui.

Por Gabriel Fabri

Serviço: Teatro Arthur Azevedo. Av. Paes de Barros, 955, Mooca, Zona Leste | tel. 2604-5558. De 19/1 a 25/2. Sex. e Saá., 21h. Dom., 19h. R$ 20. 12 anos. 100 min.