Peça discute discriminação na infância

“O cabelo da princesa” será apresentada nos dias 11 e 12, no Teatro Zanoni Ferrite

Com direção de Gilda Vandemberg e texto de João Carlos Filho, a peça infantojuvenil “O cabelo da princesa”, em cartaz no Teatro Zanoni Ferrite nos dias 11 e 12 de novembro, tem como objetivo fazer com as crianças reflitam sobre temas como racismo, miscigenação, inclusão e autoestima.

João Carlos Filho diz a história foi inspirada numa situação vivenciada por uma afilhada sua, na escola que frequentava. “Por ter cabelos crespos, ela era alvo de brincadeiras dos coleguinhas que tinham preconceito com seu cabelo black power. Por isso, se isolava e ficava triste e envergonhada. Para levantar sua autoestima, escrevi esta peça questionando, de forma lúdica, a tendência das pessoas em enquadrar a todos em um único perfil”, explica.

No enredo, Isis, uma jovem negra, prestes a deixar o orfanato onde foi criada, é aconselhada pela coordenadora da casa a esconder seu black power com uma touca para, lá fora, não ser discriminada.Inconformada, Isis se refugia no sótão da casa, onde seu amigo, um boneco, procura, de forma divertida, desmistificar o pensamento da coordenadora, incutindo na moça noções de autoaceitação, autoestima e confiança em si própria. Para tanto, o boneco faz a jovem contracenar com as tradicionais princesas das histórias de fada, como Rapunzel, Cinderela e a Bela Adormecida, todas de cabelos lisos, para chegar à conclusão de que não são os cabelos que fazem as princesas, mas sim a personalidade de cada uma.

Os atores Lara Michel e Rodrigo Castro se revezam nos personagens que entram em cena. A diretora Gilda Vandemberg também é responsável pela parte musical da encenação; os cenários e figurinos são de Victoria Moliterno e a preparação corporal de Bruna Longo.

Por Gilberto De Nichile

Serviço: Teatro Zanoni Ferrite (dentro da Biblioteca Paulo Setúbal). Av. Renata, 163, Vila Formosa, Zona Leste. Tel. 2216-1520. Dias 11 e 12/11, 16h. Grátis (retirar ingressos uma hora antes)