Coletivo dos Caixeiros leva a Feira de Teatro Lambe-Lambe a dez bibliotecas

Apresentações começam no dia 7 e se estendem por todo o mês

Para que serve uma caixa? Para guardar ou transportar objetos, certo? Não necessariamente. Ela também pode conter histórias que ‘ganham vida’ por meio de bonecos. Neste mês, o programa Biblioteca Viva oferece ao público a oportunidade de tomar contato com uma forma de teatro de animação curiosa e genuinamente brasileira, conhecida como lambe-lambe.

A técnica surgiu na década de 80, no Brasil, e resume-se no seguinte: um caixote serve como palco para a apresentação de uma peça de teatro em miniatura. De um lado, fica o artista-manipulador dos bonecos e objetos, do outro, o espectador. Normalmente, ambos ficam com as cabeças cobertas e os ouvidos protegidos por fones, assim nem a luz nem os sons externos interferem no espetáculo. Dessa forma, pela proximidade, prestar atenção no olhar de quem assiste permite que o ator possa dosar sua energia e agir para tornar essa experiência teatral única e intimista.

O nome faz referência ao fotógrafo ambulante conhecido como lambe-lambe. A partir do início do século XX, ele levava sua máquina-caixote com tripé aos parques, praças e jardins para fazer retratos dos frequentadores. Segundo relatos da época, costumava “lamber a chapa de vidro da câmera para saber qual dos lados continha a emulsão sensível à luz, em seguida, capturava a imagem e a transferia para o papel”. A máquina funcionava também como um laboratório portátil, assim os clientes podiam receber as cópias no local.

Neste mês, o Coletivo de Caixeiros leva a dez bibliotecas a Feira de Teatro Lambe-Lambe. A apresentação é composta por sete caixas independentes que recebem encenações simultaneamente, com histórias variadas e utilizando diversas técnicas de animação. O público pode escolher uma das sete caixas distribuídas no local, todas apresentando histórias variadas. O grupo surgiu em 2012, em Ribeirão Preto, e serve como centro de estudos, pesquisas e difusão do teatro lambe-lambe na América Latina.

Por Elaine Ignatti e Luiz Quesada

 

Apresentações

Biblioteca Vicente Paulo Guimarães. Dia 7, 11h
Biblioteca Jamil Almansur Haddad. Dia 8, 14h
Biblioteca Marcos Rey. Dia 9, 14h
Biblioteca Padre José de Anchieta. Dia 12, 10h
Biblioteca Gilberto Freyre. Dia 13, 14h
Biblioteca Vicente de Carvalho. Dia 15, 14h
Biblioteca Brito Broca. Dia 16, 11h
Biblioteca Menotti Del Picchia. Dia 19, 10h
Biblioteca José Mauro de Vasconcelos. Dia 20, 14h30
Biblioteca Afonso Schmidt. Dia 21, 14h
Grátis