Dirigido e estrelado por Nelson Baskerville, “O Rio” desafia os limites entre realidade e imaginação

Com atmosfera de suspense, espetáculo fica em cartaz entre os dias 2 e 25 de março no Teatro Paulo Eiró

 Assumindo pela primeira vez a função de ator e diretor simultaneamente, Nelson Baskerville leva ao Teatro Paulo Eiró o espetáculo “O Rio”, com texto do dramaturgo inglês Jez Butterworth. A peça é um suspense que conta a história de um pescador que leva a namorada para uma cabana na beira de um rio. Ela, entretanto, desaparece e reaparece completamente diferente. Essas duas personas se intercalam, trocando o lugar uma com a outra e testando os limites entre a realidade e a imaginação do protagonista. A personagem foi interpretada em montagem na Broadway, em 2014, por Hugh Jackman, astro da série de filmes “X-Men”.

A peça, que fica em cartaz entre 2 e 25 de março, explora diversos elementos do suspense. Entre eles, estão a premissa do desaparecimento da namorada; o cenário isolado propício para uma história de horror; e a faca que o personagem principal segura em algumas cenas, deixando o público na expectativa de quando vai usá-la. “O espetáculo tem essa atmosfera de suspense colocando algumas pistas em cena, abrindo várias possibilidades de pensamento para manter o interesse do público o tempo todo ativo”, afirma o diretor.

Além do enigma sobre a sua lucidez, o personagem de Baskerville também apresenta questões mais existenciais. “O homem está, como todos nós, tentando entender o que estamos fazendo aqui”, explica o diretor. Ele exemplifica com uma cena na qual o protagonista limpa um peixe. “Ele abre as entranhas do animal, e isso é uma metáfora, pois o que acontece é que os personagens estão se expondo até as entranhas para conseguir compreender a vida”. Para o diretor, o tema principal da peça é a busca do amor. “É um homem em busca do amor, tentando entender o que é isso”, conclui.

Para Baskerville, a narrativa não-linear da peça provoca uma reflexão sobre o tempo, conceito que acredita ser também um personagem do espetáculo. “Como nós mudamos com o tempo? De que maneira ele nos transforma?”, indaga o diretor. “A peça apresenta essas questões, ao mesmo tempo em que ela não define para o público quando que tal cena aconteceu”, conclui.

Por Gabriel Fabri

Serviço: | Teatro Paulo Eiró. Av. Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro. Zona Sul. | tel. 5546-0446 e 5686-8440. De 2 a 25/3. Sex. e Sáb., 21h. Dom., 19h. +14. R$ 20.