Picanha de Chernobill faz shows de seu terceiro álbum

“O Conto, a Selva e o Fim” será apresentado entre os dias 21 de janeiro e 25 de fevereiro, na rede de Casas de Cultura

 Quem está acostumado a percorrer as ruas de São Paulo a pé, certamente já se deparou com três rapazes trajando figurinos típicos dos anos 1960, que tocam uma mistura de rock’n’roll com blues, folk e música brasileira. O que poucos sabem é que o trio, formado por Matheus Mendes, Chico Rigo e Leonardo Ratão, desembarcou de Porto Alegre em solo paulista há quase 5 anos e tornou-se uma das bandas mais destacadas da cena musical underground atual: a Picanha de Chernobill.

Integrando a programação do Circuito Municipal de Cultura com apresentações que vão de 21 de janeiro a 25 de fevereiro, em diversas Casas de Cultura, o grupo faz shows de seu terceiro disco, “O Conto, a Selva e o Fim” (2016), produzido por meio de financiamento coletivo e que acaba de ser prensado em vinil duplo.

Em suas andanças artísticas, já lançou dois álbuns e ganhou o prêmio de Melhor Banda Independente do Rio Grande do Sul. Inspirado pelos amigos do Mustache & Os Apaches, a ideia de tocar na rua só fez o trabalho do grupo crescer. “A partir da primeira experiência, notamos que esse era o caminho, visto que a música não tem barreiras e pode ser levada gratuitamente às pessoas”, diz o vocalista e guitarrista Chico Rigo.

Mas o sucesso não é só privilégio brasileiro. O grupo acaba de chegar de uma turnê pela Europa, passando por países como Alemanha, França e Holanda. “Foi incrível, uma experiência de vida marcante, e já estamos planejando outra para 2018. Poder levar nossas músicas cantadas em português e ser bem-recebido foi além das nossas expectativas”, conta o baixista Matheus Mendes.

Contudo, o grupo não credita o sucesso somente às apresentações na rua ou à internet, mas à relação que estabeleceu com um público que se tornou fiel. “Achamos que a internet é importante, mas a sensação de assistir a uma banda ao vivo é algo inigualável, pois se está sentindo o momento. A música não é só o som e, sim, a energia –tanto da banda como do público– gerando uma experiência única”, afirma Rigo.

E completa: “O sucesso é ser feliz no que se faz e exercer isso com amor. Nosso sonho sempre foi conhecer o Brasil tocando e esperamos realizar isso o mais cedo possível.” Além de diversos gêneros musicais, o grupo também explora diferentes instrumentos, às vezes utilizando guitarra e baixo elétricos, às vezes acústicos. “Uma boa parte dos discos da banda é de músicas acústicas, então é natural e gratificante para nós fazermos shows acústicos, da mesma forma os elétricos. O rock’n’roll sempre agregou diferentes sonoridades e instrumentos”, diz Matheus.

E por que este nome? Segundo o baterista Leonardo Ratão, Picanha de Chernobill é um jargão muito popular no Rio Grande do Sul, e o nome foi dado pela lenda do rock gaúcho, João Vitor Sottili. “Chernobill é o mundo, como ele está sendo maltratado. Mas nem tudo está perdido, há uma parte boa, a Picanha. Essa expressão é muito usada no Sul quando acontece algo errado, mas que é resolvido de forma inesperada, espontânea”, explica.

Serviço:
| Casa de Cultura Salvador Ligabue.
Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 215 - Freguesia do Ó. Zona Norte. Tel.: 3931-8266. Dia 21, 19h30.
| Casa de Cultura Chico Science. Av. Tancredo Neves, 1265 - Moinho Velho. Zona Sul. Tel.: 2969-7066. Dia 27, 20h.
| Casa de Cultura do Campo Limpo. R. Aroldo de Azevedo, 100 - Campo Limpo. Zona Sul. Tel: 5841-8164. Dia 31, 20h.
| Casa de Cultura Raul Seixas. R. Murmúrios da Tarde, 211, Cohab 2 José Bonifácio - Itaquera. Zona Leste. Tel.: 2521-6411. Dia 4/02, 16h.
| Casa de Cultura da Brasilândia. Pça Benedicta Cavalheiro, s/nº - Brasilândia. Zona Norte. Tel.: 3922-9123. Dia 25/02, 15h.