Ópera A Flauta Mágica é encenada no Theatro Municipal

Com direção cênica de André Heller-Lopes, espetáculo fica em cartaz entre os dias 15 e 21 de dezembro

A Flauta Mágica, derradeira ópera do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, estreou em Viena dois meses antes da sua morte. Entre os dias 15 e 21, ela é apresentada no Theatro Municipal com direção cênica de André Heller-Lopes. A ópera em dois atos terá acompanhamento da Orquestra Sinfônica Municipal (OSM), regida por Roberto Minczuk.

Inspirado no conto “Lulu”, de Liebeskind, o livreto conta a história do príncipe Tamino, que, ao tentar escapar de uma serpente, é salvo por três damas. Ao avistar o pássaro Papageno, ele descobre estar no reino da Rainha da Noite, que pede a ele que liberte a sua filha Pamina das mãos de um bruxo, em troca da mão da garota. As damas lhe entregam uma flauta de ouro com poderes mágicos para protegê-lo ao longo da jornada, na qual Tamino será acompanhado pelo cômico pássaro e por três gênios.

Realidade x Representação
Apesar de ser uma ópera bastante cômica e fantasiosa, A Flauta Mágica tem um grande conteúdo filosófico. É o que conta o diretor André Heller-Lopes. “Existe uma discussão muito curiosa sobre o bem e o mal e até que ponto a realidade não é melhor do que uma linda ilusão”, revela. Ele ilustra essa ideia criticando o personagem Sarastro, retratado no livreto como um sábio. A oposição entre ele e a rainha é central nesta montagem que explora a dicotomia entre realidade e representação.

Sarastro é o personagem que revela a Tamino que a Rainha da Noite é má. Mas Heller-Lopes reconhece a complexidade da personagem e suas nuances. “Eu vejo a Rainha da Noite como uma mãe que teve sua filha sequestrada. O que você não faria nessa situação?”, provoca o diretor.

Os elementos visuais também ajudam a contar essa história. O cenógrafo Renato Theobaldo explica que o cenário da peça incorpora essa disputa entre os mundos da Rainha da Noite, que simboliza a realidade, e o de Sarastro, cujo mundo é o da representação, ou seja, o da ilusão de realidade. “A ópera começa nos dias de hoje, representado como se o público estivesse no backstage do teatro, com uma visão de trás para frente do palco, com todas as estruturas e engrenagens à mostra”, adianta.

Serviço: | Theatro Municipal de São Paulo. Pça Ramos de Azevedo, s/nº, Centro. Dias 15, 16, 19, 20 e 21, às 20h, e no dia 17 às 17h. R$ 50 a 120. Ingressos na bilheteria ou pelo site eventim.com.br.