Secretaria Municipal de Cultura entrega painel restaurado do Monumento à Independência

Obras foram coordenadas pelo restaurador francês Antoine François Amarger


Painel frontal do monumento, feito de bronze (Foto: Sylvia Masini)


A Secretaria Municipal de Cultura entregou no dia 9, às 11h30, a conclusão das obras da primeira etapa do processo de restauro do Monumento à Independência do Brasil. A cerimônia aconteceu na Praça do Monumento e, na ocasião, foi entregue o painel frontal do monumento, feito de bronze. Estavam presentes: Gonçalo Capitão, adido social do Consulado Geral de Portugal; Maria do Rosário Ramalho, Secretária Municipal de Cultura; Laurent Bili, embaixador da França; Gerson Gomez, diretor superintendente da associação comercial do Ipiranga; Nádia Somekh, diretora do Departamento do Patrimônio Histórico; Gerson Abdallah, do Movimento Cívico em defesa do parque e do movimento; Israel Kislansky e Antonie Amarger, ambos responsáveis pelo restauro.

Com a proximidade das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, que será celebrado em 2022, a Secretaria Municipal de Cultura, por meio de seu Departamento do Patrimônio Histórico, deu início às obras no monumento, coordenadas pelo restaurador francês Antoine François Amarger. A recente restauração procurou preservar seu caráter histórico, dando ênfase às qualidades plásticas das escul¬turas e assegurando uma reestruturação metálica e de ancoragem que promovam uma maior longevidade a todo o conjunto em metal e suas intersecções com a alvenaria e cantaria do monumento. O exemplar arquitetônico foi inaugurado em 1922, no bairro do Ipiranga, zona sul, em comemoração ao centenário da independência política do país. As últimas obras de restauração e conservação aconteceram no início dos anos 2000.

Comandados por Antoine Amarger, especialista em restauro de obras em bronze, dez técnicos de diversas nacionalidades conviveram durante três meses trabalhando e discutindo soluções para os problemas que se apresentavam durante o processo de restauração. A comunidade participou ativamente do processo por meio de debates e visitas técnicas de universidades, museus e grupos independentes, com apoio do Museu Paulista. Também participaram sete grafiteiros, alguns deles da comunidade local, que realizaram intervenções artísticas no tapume de proteção.

O Monumento à Independência do Brasil é considerado um dos maiores grupos escultóricos em bronze da América Latina e, na Cripta Imperial, localizada abaixo do monumento, repousam os restos mortais dos primeiros imperadores do Brasil: Dom Pedro I, Dona Leopoldina e Dona Amélia. Trata-se, portanto, de um monumento de importância nacional. O conjunto é tombado pelo CONDEPHAAT, Conpresp e IPHAN e é também um importante documento histórico sobre o processo de fundição da época, revelando o caráter embrionário das fundições de obras de arte no Brasil.

Diplomado pela Escola Boulle, em 1977, e na Escola Nacional Superior de Artes Decorativas de Paris, em 1980, Antoine François Amarger atua como restaurador independente desde 1989, tendo realizado trabalhos na França, para o Museu do Louvre, Museu Picasso, Museu Matisse, Museu Rodin, Museu Nacional de Arte Moderna, C2RMF, a Delegação para as Artes Visuais, o Escritório Nacional de Monumentos Históricos, e para o Château de Versailles.