Monólogo “Cartas Libanesas” conta histórias de imigrantes

Montagem entra em cartaz na Casa de Cultura Paço Júlio Guerra, dia 19; na Biblioteca Pública Milton Santos, dia 20 e no Teatro Martins Penna, nos dias 20 e 21


Com uma mala cheia de lembranças e um microfone em cena,
Eduardo Mossri constrói um monólogo cheio de poesia (Foto: Felipe Stucchi)

Por Letícia Andrade

Em 2009, o ator Eduardo Mossri encontrou as cartas escritas em árabe que sua avó recebeu do marido, libanês como ela. Interessado em compartilhar essas histórias, iniciou uma pesquisa sobre outros relatos de imigrantes libaneses no Brasil para a construção do monólogo “Cartas libanesas”, que integra a programação do Circuito Municipal de Cultura em três apresentações gratuitas neste mês: na Casa de Cultura Paço Júlio Guerra, dia 19; na Biblioteca Pública Milton Santos, dia 20; no Teatro Martins Penna, nos dias 20 e 21; além de outras apresentações também em março.

Indicado aos prêmios Shell e APCA como Melhor Autor por esta peça, José Eduardo Vendramini, que também tem descendência libanesa, ajudou o ator na concepção da narrativa poética. “Percebemos que as histórias eram muito parecidas, por isso, selecionamos várias e colocamos na voz de um único personagem”, conta Mossri, que vive em cena o imigrante.

Sob direção de Marcelo Lazzaratto, a encenação tem como protagonista um jovem libanês que vem para o Brasil com o intuito de prosperar financeiramente e logo voltar ao Líbano, onde deixou sua esposa grávida. Após anos de sofrimento e trabalho, ele descobre que ama o país e decide convencer a mulher a se mudar também.

O enredo é ambientado no início do século 20, época em que muitos imigrantes chegaram ao Brasil para fugir da Primeira Guerra. Para retratar esse período, a montagem conta apenas com um microfone e uma mala como elementos cênicos, além do figurino criado pelo estilista Fause Haten, também de descendência libanesa. “Não é uma encenação suntuosa, porque o que priorizamos é uma relação direta do ator com a plateia. Queremos que seja tudo muito franco, por isso, não recorremos a muitos artifícios”, explica Mossri.

Segundo ele, todos os elementos em cena foram pensados para contrastar o passado e o presente. “O texto faz uma brincadeira com o tempo. A história começa em 1914, mas é desenvolvida para chegar aos dias atuais. A mala e o figurino são da época, mas o microfone é moderno”, conta.

Serviço: Casa de Cultura Paço Julio Guerra. Praça Floriano Peixoto, 130, Santo Amaro. Zona Sul. Tel.: 5523-6455. Dia 19, 15h.

Biblioteca Pública Milton Santos. Av. Aricanduva, 5.777, Jardim Aricanduva. Próximo do Shopping Aricanduva. Zona Leste.| tel. 2726-4882. Dia 20, 13h.

Teatro Martins Penna. Largo do Rosário, 20, Penha. Próximo do Shopping Penha. Zona Leste. | tel. 2295-0401. Dia 20, 20h. Dia 21, 19h. +12. Grátis (retirar ingresso uma hora antes)