Por Gabriel Fabri
“O contador de histórias é um portador do legado da cultura”. É assim que a professora Eliana Atihé define o ofício sobre o qual discorre na palestra “O papel do contador de histórias e o retorno da alma ao mundo”, que acontece dia 6, na Biblioteca Hans Christian Andersen. “Ele é também um mediador, que tece conexões entre passado e presente, fantasia e a realidade, o mundo exterior e o mundo interno”, ela exemplifica.
Eliana, que lecionou língua portuguesa por 30 anos antes de se dedicar aos mitos, imagens e símbolos que dão sentido à vida, afirma que o maior desafio para um contador de histórias é compreender o seu papel, em um sentido mais aprofundado. “Quando a vida e o mundo nos confrontam de modo tal que a razão não dá conta de resolver ou explicar, muito menos de controlar os acontecimentos, o contador de histórias vem trazer a dádiva da imagem e da metáfora, o poder da imagem para suturar o que foi rompido dentro e fora de nós”, acrescenta.
O contador de histórias marca presença no “retorno da alma ao mundo”, que também é tema da palestra. Para Eliana, a alma sofre um processo de desaparecimento, o que é resultado de um desencantamento da sociedade. O contador de histórias trabalha revertendo esse movimento, trazendo o espírito de volta. “Esse retorno implica percebermos como precisamos recuperar, na matéria do mundo, os valores que a tornam mágica, sagrada, carregada de sentido para nós”, conclui.
Serviço: Biblioteca Hans Christian Andersen. Av. Celso Garcia, 4.142, Tatuapé. Zona Leste. | tel. 2295-3447. Dia 6, 10h. Grátis.