Ópera “La Bohème” tem montagem moderna e instigante

Apresentações acontecem entre os dias 10 e 29 de dezembro e reúne Orquestra Sinfônica Municipal, Corais Lírico e Infantojuvenil da Gente e solistas brasileiros e estrangeiros.


No papel de Mimi, está a grega Alexia Voulgaridou


Por Gilberto de Nichile


Responsável, na última década, pela direção de montagens operísticas inovadoras em diversas partes do mundo, o diretor francês Arnaud Bernard assina a direção cênica, a cenografia e os desenhos de luz da ópera La Bohème, de Giacomo Puccini, que será encenada no Theatro Municipal de São Paulo, entre os dias 10 e 29.

O espetáculo reúne a Orquestra Sinfônica Municipal, os Corais Lírico e Infantojuvenil da Gente, do Instituto Baccarelli, e solistas brasileiros e estrangeiros.

Os figurinos são da italiana Carla Ricotti, a mesma que, no ano passado, vestiu os personagens de “Fausto”, de Gounod, para a Ópera Nacional da Grécia, em Atenas, e de “Os Capuletos e os Montéquios”, de Bellini, para a Fundação Arena de Verona. Na regência, intercalam-se o diretor artístico do Municipal, John Neschling, e o maestro italiano Jader Bignamini.    

Para interpretar o papel de Mimi, a jovem e bela florista que sofre de tuberculose e é amparada, num sótão de Paris, por quatro artistas tão pobres quanto ela, foram convidadas duas sopranos estrangeiras: a grega Alexia Voulgaridou –que, recentemente, viveu essa mesma personagem no Teatro Massimo, de Palermo (Itália)– e a cantora alemã Susanne Braunsteffer. Rodolfo, o poeta parisiense apaixonado pela florista, tem como intérprete dois tenores brasileiros: o paraense Atalla Ayan e o carioca Fernando Portari. Musetta, a amiga doidivana de Mimi, fica por conta das sopranos Mihaela Marcu (Romênia) e Cláudia Azevedo (Rio Grande do Sul).  

Com "La Bohème", Puccini praticamente inaugurou o que se convencionou chamar “ópera proletária”, com os personagens simples, contrastando com os reis, nobres, deuses e heróis que habitualmente eram enfocados pelas produções líricas até então. O libreto é inspirado no romance “Cenas da Vida Boêmia”, do francês Henry Murger. O curioso é que o compositor Ruggero Leoncavallo (autor de “Pagliacci”), amigo de Puccini, quis realizar outra ópera com o mesmo nome e argumento, mas a de Puccini obteve mais sucesso, fato que lhe rendeu, para sempre, a inimizade de Leoncavallo.

Serviço: | Theatro Municipal de São Paulo. Pça. Ramos de Azevedo, s/nº, Centro. Tel. 3397-0327. Dias 10, 12, 14, 17, 19, 21, 26 e 28, 20h. Dias 15, 22 e 29, 18h. R$ 40 a R$ 100