Jovens dão depoimentos sobre as manifestações de junho
e a representação social do negro
e a representação social do negro
Por Gabriel Fabri
Como a juventude negra pensa a política brasileira? O diretor Luiz Carlos Lucena explora essa questão no documentário “Olhares Negros”, por meio de depoimentos de jovens a respeito das manifestações de junho. O filme estreia no dia 20, às 19h, na Galeria Olido.
Partindo das manifestações de junho no Brasil, a obra é composta por imagens inéditas dos atos e entrevistas com jovens negros. O roteiro questiona o que esses jovens pensam sobre a política, e como veem o futuro do Brasil.
O diretor revela algumas das opiniões registradas. Ele afirma que esses jovens deixam claro nas entrevistas que não são ouvidos pela sociedade. Entre as causas, apontadas pelos entrevistados, estão a falta de representantes negros no poder público e a falta de liderança no próprio movimento negro. “O que mais me surpreendeu foi sentir que esses jovens estão muito antenados com o que acontece no país”, ressalta.
Uma das personagens justifica a repressão policial na Avenida Paulista como réplica da repressão que ocorre todos os dias na periferia. Isso explicaria, de acordo com Lucena, em parte, a presença de poucos negros nas manifestações, além da dificuldade gerada pelo fato da grande maioria deles morar na periferia.
Devido ao debate social e político que o filme suscita, Luiz acredita que “Olhares Negros” vai mais além do que apenas um retrato de um aspecto do brasileiro. “É um filme que nasce com um projeto de discussão do Brasil contemporâneo”, opina.
Luiz Carlos Lucena é mestre em Comunicação e Indústria Cultural pela USP/Prolam. Além de diretor, é jornalista e autor do livro “Como fazer um Documentário”. Já dirigiu diversos filmes desse gênero, entre eles “Sob o Véu do Islã” e “Os Manos de Alá”, ambos retratos da vida de brasileiros convertidos ao islamismo em São Paulo.
Serviço: Galeria Olido – Cine Olido. Av. São João, 473, Centro. Dia 20, 19h. R$ 1
olhares
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