Centro Cultural da Juventude recebe Rogério Skylab

Cantor faz show de encerramento do Festival 20 minutos dos Sem Rótulos, dia 21, e participa do projeto “Diálogos”, dia 22


Músico lança “Abismo e Carnaval”, primeiro álbum
de uma trilogia que valoriza a canção


Por Luísa Bittencourt


Polêmico, idolatrado por uns, desprezado por outros. Rogério Skylab é um tipo excêntrico, com mais de 20 anos de carreira, que sempre se manteve à margem da indústria fonográfica nacional, produzindo, por meio da sátira, da escatologia e de nenhuma papa na língua, o que acabou por classificá-lo como um artista independente incomum.

O músico, cantor, compositor, produtor e distribuidor de seus próprios discos, “um morto vivo da música brasileira”, conforme se define, faz show especial no Centro Cultural da Juventude, dia 21, às 19h, encerrando o Festival 20 minutos dos Sem Rótulos, que reúne bandas novas. No dia seguinte, ele é convidado do projeto “Diálogos” para falar sobre sua trajetória artística, em especial, seu novo trabalho voltado ao cancionismo.

No show, Skylab apresenta clássicos do seu repertório, como “Convento das Carmelitas” e “Matador de Passarinho”, além de músicas que integram o álbum mais recente, “Abismo e Carnaval”, primeiro de uma trilogia que está produzindo em parceria com o pianista e arranjador Luiz Antônio Gomes. Ainda serão lançados “Melancolia e Carnaval”, no fim deste ano, e “Desterro e Carnaval”, previsto para 2014.

“Todo meu trabalho sempre girou em torno do rock experimental de garagem e da psicodelia, mas sempre fiz composições de samba e bossa nova, que nunca mostrei. Quis criar um projeto novo com essa trilogia, em que eu valorizo a canção brasileira. É uma outra história do que eu vinha fazendo até então”, explica.

Mesmo com mais de dez discos lançados, incluindo a série “Skylab”, e apesar do novo momento musical que vive, o cantor permanece no circuito independente. “Sou sem cidadania na música brasileira porque não fui cooptado por essa indústria musical perversa, que acabou com o rock nacional da década de 80, que nivelou as bandas e transformou tudo na mesma coisa. Apesar de ter parecido coisa de maluco na época, eu fugi dela e isso deu identidade à minha música”, desabafa.      

No entanto, segundo ele, hoje essa indústria enfrenta uma grave crise, que faz com que a chamada “nova música” tenha que procurar outras maneiras de se anunciar. “A grande característica da música atual é a nova forma de distribuição: ser independente. Não há saída. O mundo se tornou o que eu sempre fui desde o início, o mundo se tornou o Rogério Skylab”, conclui.

Serviço: Centro Cultural da Juventude – anfiteatro. Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641, Vila Nova Cachoeirinha. Próximo do Terminal de Ônibus Cachoeirinha. Zona Norte. Dia 21, 15h30 (festival), 19h (show). Retirar ingresso a partir das 14h30. Dia 22, 16h30 (bate-papo). Grátis